sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Hoje eu queria uma sexta-feira ... diferente!

 - Oi, boa tarde. Tudo bem?
 - Tudo certinho e você?
 - Tudo em ordem também. Dando uma pausa pra esticar as pernas?
 - Sim. Uma pausa pro cafezinho.
-  As vezes é bom né?
- Sim. Tomar um ar e não ficar olhando só para o monitor.
- Ah, realmente é preciso.
- Com certeza. Ver outras coisas interessantes além das páginas do Internet Explorer.

- E você trabalha aqui a muito tempo?
- Pouco mais de 3 anos. Presto serviço terceirizado no departamento “X”.
- Bom saber. Tenho que conhecer mais esse departamento.
- Se você trabalha na empresa, uma hora ou outra acaba interagindo com todas as áreas da empresa.
- Pretendo interagir com alguma pessoa desse departamento sem esperar que o trabalho da empresa crie esta situação.
- Se não me engano, já está interagindo.
- Para uma grande sorte minha.
Um sorriso sutil brota do canto dos lábios.
- E você é de qual setor mesmo?
- Isso importa?
- Se eu decidir visitar esse setor algumas vezes … sim!
- “Y”.
- Bom saber. Hoje é sexta-feira. O que vai inventar com a família?
- Sou solteiro. E disponível.
- Então logo vai arrumar algo pra fazer hoje e no fim de semana!
- Já estou tentando arrumar a alguns minutos!
Um riso sai inesperado e solto.
- E o que o leva a crer que vai conseguir?
- Até agora nada me fez crer que não vou.
- Quanta confiança.
- Modesta parte … é que sei apreciar o que é bonito, atraente e tento fazer tudo de bom pra estar perto de alguem assim . Como você.
- Esse galanteio todo parece texto pronto.
- A inspiração veio agora.
- Humm … sei!
- Mas tem outras formas de tirar a prova e saber se estou sendo sincero ou não.
- Ah é? Quais?
- Que horas você sai?
- Hum, será que devo contar?
- Adoro o que é mais difícil. Mas tudo bem. Saio as 17:30hs. E como sei que o pessoal do seu setor sai as 18:00hs, posso ficar tomando café a porta de sua sala. Te esperando.
- Você é insistente. Mas tem suas sutilezas. Gosto disso.
- Se me der o prazer de um ou dois drinks …
- Dois?
- O terceiro pode ser lá em casa.
- Hey … (risos). Primeiro, o primeiro!
(risos) – Tá certo … hehehe
- Marcelo. - Estendendo a mão.
- Luiz. - Cumprimentando.
- Muito prazer.
- Tooooooodo meu!
Trocam sorrisos.
- Seis horas então?
- Estarei na porta da sua sala.
- E pra onde vamos?
- Pensarei em um lugar especial pra você.
- Não precisa muito. Boas companhias fazem qualquer lugar especial.
- Sendo assim, esse local de café é o mais especial do mundo nesse momento.
- Vou ficar sem jeito. (sorrindo)
- Haverá o momento certo pra ficar sem jeito.
- Eeeeeeee …
Sorrindo.
- Então até mais tarde, Luiz.
- Será uma tarde muito longa pra mim.
- Valerá a espera. Abraço e até mais.
Sussurrando
- Um beijo, Marcelo. Até.

Trocam sorrisos e despendem-se com um aperto de mão. Ao se afastarem, olham pra trás, um procurando o o olhar do outro. Uma piscadinha revela a ansiedade das horas que faltam para o fim do dia. Afinal, a sexta-feira tinha começado diferente.
E a sua sexta-feira. Como você quer que seja?

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Pro cafezinho da tarde: Crônica do Último Pão de Queijo

Testemunhas disseram que ele estava só. Ali, não muito escondido, entre os pacotes e o café. Mas por que estaria sozinho? Será que teria sido deixado como opção aos demais pacotes que ali estavam? Talvez teria sido simplesmente esquecido como o último membro a empanturrar uma já saciada vontade! Um desejo suplantado. Um apetite já vorazmente aplacado do qual somente aquele solitário herói, sobreviveu. Restou-lhe... só!
E por que ali? Dentre tantos esconderijos possíveis dos quais certamente ele estaria mais protegido, sem ser notado, achado, ou perseguido por qualquer algóz, ele escolhera apenas “ali”. Aquele cantinho. Será que era frio que sentia, por isso acolheu-se ao lado da cafeteira? Quem sabe um flerte? Uma paixão ardente que se iniciara tão sutilmente quanto uma xícara de chá e uma porção de biscoitos de água e sal numa tarde fria de outono numa cidade qualquer abaixo do Trópico de Capricórnio. Ou talvez se achasse mais confortável trocando receitas com os biscoitos, que juntos, se apresentavam em volume parecendo ser seguro estar ao seu lado. Ainda que incertas todas as proposições, sem serem aparentes outras opções, ele permaneceu pura e simplesmente, ali!
“É de alguem?” Teria ecoado a pergunta por todo o recinto, fazendo a poética existência tornar-se nada mais nada menos, do que um lampejo de vida na contagem das eras. “É de alguém?” Tão vazia pergunta. Quase inaudível a quem nada imaginava. Quem sabe tratar-se-ia de apenas um pensamento, sentido, expressado de forma mais forte? Não, não e não!!! Para qualquer um, desatento com uma simples existência, talvez parecesse a frase das mais inocentes. Mas não para ele, que estava ali, tão só.
O volume dos pacotes já não lhe parecia tão seguro e imponente. O calor da cafeteira já não mais lhe aquecia perante o sopro do inverno que a pergunta trazia. “É de alguém” nunca o fez sentir-se  tão de ninguém.
Mais do que o sentimento de solidão que agora sua existência sentia, o vazio da resposta que se seguiu foi-lhe mais que devastador: “Não sei”.
Que desprezo sentira. Que insignificância haviam reduzido sua existência. “Não sei?”. Como se diz “não sei” se chove hoje; “não sei” se pinto de azul ou amarelo; “não sei” se espero ou não espero... mas um “não sei” que é de alguem, lhe fez toda a diferença.
Não mais a companhia dos biscoitos, não mais ao calor da cafeteira. O flerte teria existido? Agora seria apenas uma possibilidade banal do que teria sido sua breve existência.
Sentiu a sombra aproximar-se. Sentiu sua existência findar-se. Seria indolor? Seria rápido? Ou talvez demoradamente saboreado, pedacinho por pedacinho. Mordida, por mordida. Num ritual cruel, prolongando a dor do inevitável que era o seu fim. Mundo cruel este que despreza a alegria das pequenas coisas. Realmente pensou que num mundo de “não sei”, não mereciam sua companhia. A cor de seu sabor. O aroma de sua delícia.
Se há farelos como testemunha, ninguém por fim soube dizer se sofreu. Se foi rápido e indolor como desejara. Ou lento e torturante como temera.
Como Van Gogh, que foi reconhecido somente após sua trágica morte, há passagens de nossa existência que só serão reveladas após o fim dela. E foi o que aconteceu.
O flerte com a cafeteria, a companhia dos biscoitos, o local onde se encontrara acabaram tomando todo um novo sentido, tornando uma existência significativa para a história daqueles fatos. Para que não ficasse duvida sobre a importância que ele tinha em toda a conjuntura de situações, uma voz ergueu-se em sua memória, em sua defesa, em sua honra. Uma voz que não será calada e ecoará pela justiça daqueles que se foram, mas que jamais terão ido em vão. Uma voz que será eternizada pela chama da saudade de quem diz:“Não acredito!!! Comeram meu pão de queijo?”

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

E por que hoje é sexta-feira...

Que tal tirar o pé no chão com esse grupo que está estourando? Duck Sauce esta arrazando nas pistas e assim que eu descobrir mais sobre eles eu vou comentar aqui. Sinta o som e se joga. Duck Sauce - Barbra Streisand

Por que "dizer" é preciso, viver não é preciso!

Então... primeiro post. E agora? Mexi aqui, troquei a fonte ali, demorei hooooras pra escolher uma foto legal de fundo. E agora? Blog novo hein vai dizer o amigo querendo incentivar. E agora?
Se comunicar, se expressar, faz parte da gente. Desde que começamos a nos organizar a viver em sociedade e paramos de comer uns aos outros - literalmente falando - dizer alguma coisa sempre foi uma necessidade.
Tô com fome, gostei disso, achei chato aquilo, olha que bonita aquela flor ... falar e falar e falar ....
Então decidi falar.
E nesses tempos pós-modernos em que podemos registrar nossas palavras pra outras pessoas saberem o que a gente disse ontem, semana passada, ano passado sobre qualquer coisa... Cara é DUCACETE DE LEGAL!!!!
E um blog assim, despretencioso, bunitinho, com coisinhas piscando (calma que eu chego lá), tão na moda vira uma ponte entre o pensamento de quem escreve e a avidez de conhecimento de quem procura o que ler.
Não quero fazer deste blog um diário. Claro que vou falar muito de minhas vivências, o que acho sobre as coisas da vida. Minha vida. Mas também vou falar pra você coisas que EU ACHO QUE EH legal.
De cinema á desfile de carnaval. Do ultimo namorado da Madonna ao último hit do youtube, pretendo trocar com você muita figurinha.
É só chegar, sentar, pegar um bom café (ou o que preferir) que a conversa se desenrola soltinha. Você daí e eu daqui.
Beijo e até a póxima!