terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Então ... é Natal!!!!

Calma gente, não teremos vídeo da Simone cantando aqui. Não se desesperem. Mas já que então é Natal e está todo mundo nesse clima de jingle bells, resolvi escrever alguma coisa sobre esse momento que mexe com todo mundo principalmente dese lado de Greenwich (o oráculo responde). 

Essa época em que todo mundo fica meio maluco querendo fazer tudo o que não conseguiu fazer o ano inteiro e ainda se preparar para grandes festas, comilanças e rituais de queimas quase públicas de cartões de créditos, limites e outras bancarrotas de finanças eventuais. E também ficamos muito emotivos. 

Nunca gostei muito de Natal. Acho meio brega. Desnecessário e deprê. Talvez na minha infância achava mais divertido quando só esperava os presentes encherem a parte de baixo da árvore. Tinha a família toda reunida e tudo mais. Hoje as coisas mudaram. 

Me pergunto por quê a casa fica quente o dia inteiro com o forno ligado pra comermos comida quase fria só perto da meia-noite. E que debaixo da árvore só enche se eu torrar algum da minha economia geralmente pra ganhar algo que eu não pedi. Que eu só ganho se eu mesmo me der. Essa é uma boa técnica.

Mas então é Natal e existe algo muito maior do que tudo isso. Existem vocês e toda essa história que temos construído nesses anos. 

Primeiro, a gente tem que lembrar Dele. O que dispensa maiores comentários.



Eu tenho que lembrar da vida. Da minha vida e da graça recebida recentemente. A cerca de dois meses recebi um transplante duplo (de rim e pâncreas) que me trazem perspectivas de vida totalmente novas. E isso me traz uma responsabilidade e uma sensação de agradecimento por tudo que passei que me faz acreditar que realmente há algo maior colaborando pras nossas vidas serem como são. Como devem ser. Eu não sei ainda qual é a minha missão. Acho que ninguém sabe muito bem. Mas se sou merecedor de tantas coisas boas que eu possa retribuir da melhor forma possível. 


E é claro, vocês. Parentes, amigos, conhecidos que de alguma forma ajudam a fazer minha história. Em tempos de relacionamentos virtuais, uma "curtida" é praticamente um abraço. Bom, eu prefiro os tradicionais, mas pra quem está longe as vezes um "curtir" tá de bom tamanho (entenderam a indireta pessoas de perto? rsrsr). 

A vocês paz, amor e alegria. Mas que isso não seja só no dia de hoje. Hoje é o dia de renovar estes votos. De pensar que existe algo maior que nos inspire a  fazer essas coisas todas acontecerem o ano todo. Não é possível, eu sei, mas não se pode desistir. Eu nunca desisti, apesar dos pesares. E penso em cada um de vocês pelo menos uma vez ou outra. Eu agradeço por estarem aí. Rezo por vocês pra que qualquer dificuldade que aparecer vocês não desistam e se reinventem. Como tudo o que aconteceu comigo que pra vocês as dificuldades sejam inspiração para serem melhores. Para tentar de novo. 

Fiquem bem.

Tenham fé. Acredite que existe algo abençoando sua existência tenha Ele o nome que quiser dar. 

Amem seus amores, familiares, amigos. Eles são parte de você então ama-los é se amar.

Acredite mais em você e em suas capacidades. O próximo minuto seguinte ao terminar de ler esse texto é o primeiro minuto pra se começar a fazer seu futuro.

E a história que tenho junto com você nunca será esquecida. Se estamos ou se lá longe estivemos juntos, tudo teve o significado pra se tornar inesquecível e isso seguirá conosco para todo o sempre.

Seja feliz. Faça alguém feliz.

E tenha um grande, mágico e feliz NATAL!!!!!


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Se ame mais!

Não podemos exigir o amor de ninguém;
apenas podemos exigir o amor de nós
para nós mesmos. 


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A arte de ser irmão da minha irmã!


Irmã.

Quem tem sabe que não é fácil. Por mais que tenha saído do mesmo buraco é como mamãe diz:  a mão tem cinco dedos e nenhum é igual ao outro.


Enfim vocês vão crescendo. A concorrência e disputa também. Um põe a culpa no outro quando fazem alguma arte. Geralmente sobra pro mais velho, nesse caso... EU!!  “Foi o Rinatu”. E você se segurando pra não esganar aquele diabinho com carinha de anjo. Ok. Tudo bem, as vezes eu não me segurava. Mas aí ficava pior pro meu lado então deixa quieto. Rueira de tudo adorava um vizinho. E lá ia eu na hora do almoço sair gritando pela rua chamando a “guria” pra almoçar. As vezes meu pai também fazia isso o que rendia algumas piadas. O jeito que ele chamava ela era engraçado.

E vamos crescendo. Vem a  adolescência e a responsabilidade de que você só sai com ela então todo mundo se enturmava junto. Ela até mais. Mais falante e comunicativa.

Inventava um monte de cursos. Terminava menos da metade. Mas era apressadinha. Tirou carteira de motorista antes de mim. Segura essa menina. Se jogou no mundo. Foi pra Floripa. E era namoradeira. Ela arrumava cada figura de estampa fina. Ai que saudades do ... Ops. Sorry!

E cada um vivendo sua vida a gente se distanciou um pouco mas já tínhamos criado toda uma cumplicidade só nossa. Dos arranca rabos homéricos ao segurar a mão um do outro nos momentos mais complicados.

Ela conheceu o maridão. Me deu uma sobrinha linda. E é uma dona de casa exemplar. Como toda irmã, e como todo irmão mais velho, eu acho que ela as vezes dá uma viajada na maionese. Mas quem não dá? Eu viajo tanto!!!


Hoje ela completa 36 (espero que esta revelação não me cause implicações severas). Somos do mesmo signo por sinal. Somos iguais e somos diferentes. Construímos nossa relação do nosso jeito. Não sei se é certo ou errado. Mas o que sei que é muito certo, é que ela preenche um espaço importante na minha vida e pra ela hoje e sempre desejo toda a saúde do mundo, paz, saúde, amor e o sucesso que merece. Que tenha uma vida iluminada. Que tenha sabedoria até pra saber errar e aprender. Que o mundo ao seu redor lhe seja paciente. Mas que tenha paciência com esse mundo também. Fazemos parte dele. Desejo do fundo do meu coração FELICIDADES, PARABÉNS e um FELIZ ANIVERSÁRIO! TE AMO!!!




terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Homem de casa?

Serviços caseiros são necessários. As vezes divertidos.

Posso lavar a louça e guardar. Odeio enxugar.

Tirar pó. Passar aquele paninho e até lustra-móveis.

Aspirador de pó. Pano no chão e depois aquele pra dar brilho no piso laminado. Até arrasto alguns móveis.

Separar a roupa e colocar pra lavar na máquina. E até pendurar pra secar.

Descascar 1kg de alho e cebola. Fazer até a janta. Cozinhar feijão. Fazer o arroz e tal.

Agora ...

NÃO ME PEÇA PRA PASSAR A ROUPA. ISSO NÃO VAI DAR CERTO E CADA CAMISETA SERÁ UMA AVENTURA DO INDIANA JHONNES.



Não é o outro que te faz voar .. o nome disso é catapulta!

Hoje o amor está no ar ... (silêncio na sala)!!!!!

"Hei" apaixonados amantes notívagos do meu Brasil varonil e in the world também. Estava falando com um velho e bom amigo e ele me disse que estava apaixonado. Quer dizer, não assim com essas palavras todas. Mas pelo jeito dele se percebe isso. Legal, ele merece e espero que isso se transforme num amor perene. Sagitariano como eu, sabemos que paixão tem muito a ver com romantismo. Aquelas atitudes que alguns dizem ser loucuras para agradar o outro (a) que é a base de um bom relacionamento. Paixão e amor sem romantismo tem data de validade estipulada. BUT ... é uma via de mão dupla. 

Você manda flores. Recadinhos apaixonados durante o dia, noite, tarde, madrugada, hora da reunião, consulta médica (calma pra não virar obsessão) ... Prepara jantares a luz de velas. Festas surpresas. E vira sócio do sex-shopp só pra não deixar a chama apagar. Você está voando e acha que ele ou ela é a razão. 

Uma vez lendo um texto de Martha Medeiros ela explicava essa reação que temos ao estarmos apaixonados de uma forma que achei muito peculiar e própria. Ninguém nos faz voar. Tanto que se a relação não der certo e a gente se apaixonar de novo, vamos começar a voar novamente. Nós conseguimos voar pois quando apaixonados externamos o melhor de nós e isso nos tira do chão. E passamos a executar o aplicativo romântico modo ON, de forma quase full time e nos sentimos o ser mais feliz do mundo com vontade de sair gritando para todos os lados. Ok, você está rindo agora pois aconteceu exatamente com você e não tinha se dado conta disso. Liga não, faz parte.

Aconteceu comigo. Depois de passarmos o dia juntos no primeiro encontro e após aceitar meu pedido de namoro (olha o romantismo aí gritando, pois pedir em namoro é coisa de novela de época das 18hs) e ter recebido um sim como resposta mas precisando nos despedir pois já era tarde, acabo saindo meio ensandecido pra casa sem saber exatamente o que fazer. Liguei pra um amigo e contei a história. Ele feliz por mim mas não sabia se ia pra casa ou pra casa dele. Aquela coisa de sair gritando. Fui pra casa e esperei meu novo namorado ligar. Estava voando. E ainda voei por quase 10 anos, depois que me dei conta que estava voando sozinho a muito tempo, sem uma torre pra dar retorno. 

Aí a gente acha que não voa mais pois era aquela pessoa que fazia a gente se sentir assim. Não. Pois um tempo depois eu voei de novo. Fofo, querido, gentil, escrevia mensagens lindas, gostoso (ai ai), não tinha como não se apaixonar. Aí voei de novo. Dessa vez literalmente pois o querido em questão mora a quase 1000 km de distância. Foram dias ótimos mas só teve um detalhe. Tinham destruído a pista, derrubado a torre, cortado minhas asas apesar de me tratarem muito, muito bem ele só queria amizade. E foi com o que voltei de lá. Afinal é daquelas pessoas que você não consegue ficar muito brabo por mais de meia hora. E somos amigos desde então. 


Apesar das intempéries, e elas sempre irão existir, essa capacidade que temos de nos dedicar a alguém especial ninguém nos tira. É nossa. Na vida teremos decepções várias vezes. O que se espera de uma pessoa de bom senso é que aprenda com algumas "quedas de aeronave" e tente descer em aeroportos mais seguros. Claro que isso é meio utópico pois a gente as vezes se apaixona pelo tipinho mais improvável do mundo. Aquele que os amigos dizem "o que você viu nisso?" Mas coração é coração, paixão é paixão e o romantismo vai aparecer mais cedo ou mais tarde. 

Eu coloquei as barbas de molho desde então até por força de outros problemas pessoais que já estão encaminhados. Mas estou na pista, esperando encontrar a pessoa pra poder ir pegar no fim do expediente com uma cesta de piquenique e um bom vinho pra passar um fim de tarde num parque qualquer no final de um dia quente. Ou quem sabe um jantar a luz de velas bem tradicional, para uma noite em seguida bem fora do tradicional. Ou talvez uma viagem inesperada de final de semana, sem notebooks, ipads (no máximo o celular pois hoje em dia, já viu). 

Uma vez romântico, sempre romântico e não importa quantas vezes o avião caia. Assim que o avião decola começa tudo de novo. Não ache que todo aeroporto é europeu. Mas não tenha medo de voar. Essa força é sua e você segue o horizonte que quiser. E dê umas voadas com você mesmo. Isso atrai contato de várias torres. rsrsrs. Quedas nos fazem fortes. Mas voar é que nos faz felizes. 


domingo, 15 de dezembro de 2013

Não é pra isso que torcemos. Parte 2.

É um assunto meio extenso por isso decidi dividi-lo em 2. Acesse aqui a parte 1.

Problemas com torcidas existem em vários lugares e a mais famosa eram dos Hooligans na Inglaterra que nos anos 80 protagonizaram as piores tragédias em campos do primeiro mundo. A mais famosa foi a final da então Liga dos Campeões entre Liverpool e Juventus da Itália. Em partida disputada na Bélgica, o fato ficou conhecido como a tragédia de Heysel onde 38 torcedores morreram pisoteados. A tragédia fez com as autoridades tomassem medidas extremas mas necessárias para evitar que se repetissem. Matéria da Veja desta semana detalha o fato e algumas medidas que ajudaram a acabar com os Hooligans. 

 Em 1989 no entanto, outro fato ocorreu na Inglaterra envolvendo Hooligans dessa vez em seu próprio território onde quase 100 pessoas morreram. Aí definitivamente fecharam o cerco aos torcedores violentos. 



Mas aqui o buraco é bem mais embaixo. Já se falaram muito sobre a atitude da Inglaterra mas aqui nada efetivo vai pra frente.

Em 2000 na então final da copa João Havelange entre São Caetano e Vasco (Vascão aí de novo), a queda do alambrado devido a uma super lotação causou inúmeros feridos enquanto diretores do Vasco queriam continuar o jogo e após o governador ter mandado cancelar a partida, jogadores do Vasco no maior exemplo de falta de caráter e bom senso nunca visto, saíram com a taça na mão comemorando como campões entre corpos agonizantes pelo campo. Título esse confirmado pela "prudente" CBF do então Ricardo Teixeira. Nossa paixão nas mãos de ladrões, oportunistas sem o mínimo respeito com aqueles para os quais devem um mínimo de respeito: os torcedores. 


Aí fala sério. Você sairia de casa por causa desses caras? Se mete em briga por causa disso? Faça-me o favor.  Você se acabando e os jogadores vão pra casa com as burras cheias de dinheiro nem aí se o time ganhou ou perdeu. 


Me desculpem os que agora se recuperam de um traumatismo craniano. Bem feito. Se estão com isso é porquê estavam no meio da coisa. 

Não dá pra passar a mão na cabeça. Vai acontecer de novo como tem acontecido. E alguém se incomodou e começou a tomar providencias. A Nissan cancelou o patrocínio ao Vasco (clique e leia matéria da Exame). Os baderneiros identificados deviam ser proibidos de entrar nos estádios em dias de jogo e se apresentarem a delegacia para ver o jogo de lá como é feito na Inglaterra. Caso não apareça é dado como foragido e preso. E sem essa de habeas corpus e o diabo a quatro. Crime inafiançável. 

Outra medida mais severa seria boicotar os jogos. Não vamos. Deixa o clube jogar só pras torcidas organizadas. Vamos ver quem é mais importante: aquela duzia de gato pingado que é bancada pelos clubes ou os milhares de torcedores que pagam ingressos caros por um domingo de futebol? Mas já disse que brasileiro não tem senso do beneficio coletivo comum então isso seria quase uma utopia.   

A poeira já já vai baixar. Os clubes já foram multados, já perderam mandos e mais mandos de campo e aguardam os desmandos pra ver quem no tapetão sobre ou desce. Na retrospectiva da Globo vai passar as cenas da barbárie de novo mas temos o maior Reveillon do mundo. Todo mundo de férias em janeiro. Você na Praia Grande ou Caiobá, e seus ídolos de chuteira em algum resort na Europa. Muito justo. Mas deixa disso. Em fevereiro recomeçam os campeonatos regionais e no final das contas "ano que vem a gente leva". 

Até a próxima briga de torcidas. 

Não é pra isso que torcemos.


Pois é. Futebol. Alegria do povo. Turbilhão de emoções e paixões. O esporte mais popular do planeta que arrasta multidões a estádios modernos e campinhos de várzea. Adorado em todas as classes sociais, sob esse prisma é bem democrático. Na hora da comemoração pelo Gol, o verdadeiro orgasmo da galera, abraçam-se o executivo da grande empresa e o auxiliar da limpeza. "Semo campeão. Semo tudo ingual". 

Mais um final de campeonato brasileiro, um dos mais disputados do mundo (pensa como deve ser chato torcer na Espanha que praticamente só tem dois times que disputam título), e mais uma vez as cenas que ficam na memória, mais que o título do Cruzeiro, é a selvageria na partida entre Atlético-PR e Vasco. Mas já vi esse filme. 

A anos se fala da violência de torcidas no futebol. Até a violência do próprio futebol pois já vi muita pancadaria acontecer entre jogadores. Uma maravilha de exemplo. Aí quando a porca torce o rabo sai todo mundo correndo emitindo opiniões aos milhares sobre saber que ia acontecer, era tragédia anunciada, as torcidas tem que ser banidas, os clubes punidos, tem que ter leis mais severas pros marginais e blá blá blá whiskas sachet.

Futebol não é só arte, não é só esporte. Futebol é cultura. Está entranhada em nossa formação como brasileiros. Dos meninos que crescem querendo ser jogador de futebol. Ao pai que faz de tudo pro filho torcer pro mesmo time. E ao torcedor que faz de tudo pra ver seu time. E é desse último que temos que ter medo.

Acho que faz mais de 5 anos que não vou a um estádio. Tinha época que ia. Hoje, quando dá na telha vejo na TV. Tenho dois times que torço. Mas é aquela coisa. Aquele empenho pra conseguir ingresso. Depois o deslocamento e a falta de tudo como estrutura que garanta a diversão de quem entrou pra ver o show. Este por sinal nem garantido é. Já vi meu time perdendo em casa. Putz, e ainda paguei pra isso. E o pior: vai que a organizada decide encrencar? Aí fodeu pois na hora do pegapracapá não há PM que chegue e correr as vezes é pior.

Já quiseram acabar com as organizadas mas é problema antigo. O lobby dos clubes que precisam delas é muito grande. Algumas em São Paulo até viraram escolas de samba pra não serem caçadas. E muitas vezes os clubes as usam como massa de manobra em medidas desesperadas. Ou vocês acham que é sempre um ato impensado? Teoria da conspiração a parte nesse caso do Vasco e Atlético seria ótimo pro Vasco se desse esse problema todo ainda mais se o time perdesse. Aí poderiam alegar mil coisas pra cancelar o jogo. Pelo menos até agora pelo andar da carroagem os "prano num deu mutcho certio". Mas o problema das organizadas persiste.

Em pesquisa da Radio Globo sobre torcedores, foi traçado um perfil que se divide em 4 categorias (leia matéria aqui). Me parece que o problema está na categoria denominada Tribal, onde mais se identificam as organizadas. Veja gente, aquela tribo entoando cantos de guerra, pulando tudo juntinho do mesmo jeito, geralmente no compasso de um surdo de marcação (tambor para alguns) é tribal demais. E o que pensar do fulaninho da periferia que mal tem dinheiro pra comer mas consegue acompanhar TODOS os jogos do seu time? Viaja com a torcida. Gente, esse cara não trabalha? Não tem família pra sustentar? Estuda? Torcida organizada é um problema social. O cara vê o time como religião. A única alegria dele é ver o gol. Com poucas perspectivas o time é o único consolo. Aí se perde, ou pior, é rebaixado de divisão, o cara acha que vai morrer. Aí ele quer matar um pois tem que colocar a culpa em alguém que é o torcedor do outro time. Aí, vira no que vira. 

Quem se lembra da final da Copa São Paulo de 1995 entre São Paulo e Palmeiras? Saiu em todo lugar.



E mais recentemente no final do brasileiro de 2009 quando o Coritiba foi rebaixado e ... saiu em todo lugar.



E agora os hooligans do Atlético- PR e Vasco, mais uma vez entram pra mídia de forma vexatória. 


Temos uma cultura a mudar no futebol, mas que interessa só pra quem se acha vítima desses distúrbios que geralmente é o pai de família que vai com filho e esposa achando que vai ter um domingo no parque e se depara com a vida e a morte para além das 4 linhas brancas do campo. Temos interesses mil: dos clubes que se beneficiam das organizadas e as usam como massa de manobra. Dos cartolas sexagenários que se perpetuam no poder dos clubes e federações. Até da mídia que precisa vender notícia. E também a falta de real vontade política em fazer leis mais severas (muitos cartolas são ligados com políticos ou são políticos); a falta de estrutura do judiciário em se fazer cumprir as leis. E a sociedade em geral que grita sob o modismo do momento mas que depois deixa passar, pois vai começar outro campeonato e ... "esse ano a gente leva".


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Capitulo IX - Espinhal

Enquanto todos tentavam se recuperar daquela situação totalmente inusitada e inesperada, tentando descobrirem se estavam dominados por algum feitiço ou ilusão, Iramaeles tomou a frente de todos, empurrando alguns desorientados e foi ter com o dragão.

-- Espinhal, perdoe-me.

-- Da próxima vez que adentrares à minha casa, faça-me o favor de anunciar-te e a seus companheiros prontamente Iramaeles. Sou um dragão do tempo, não um adivinho. Podíamos não estar conversando neste momento. Apenas eu banqueteando. Respondeu o dragão que continuou. -- Sorte estarem acompanhados da herdeira de Kawtby.

Afharin ainda atônita com o broche em punho olhou para Iramaeles inquisitiva. Ele sabia e nada lhes disse sobre o dragão. Que segredos aquele velho mago ainda teria?
Iramaeles justificou-se. O povo de Kawtby a muito tempo esqueceu suas tradições e revela-las como uma pintura pronta seria por demais inacreditável. Precisam sentir o que esta escondido dentro de suas almas. Ver para crer. Por isso nada lhes disse diretamente e olhando para a comitiva apresentou-lhes o último herdeiro de Fairinok, Espinhal.

-- Quase nos matou. Disse o rei.

-- Nunca entre sem bater, majestade. Retrucou Espinhal.

Quando o último dos dragões morreu, Iramaeles adentrou Fairinok procurando algum dragão que tivesse sobrevivido. Então encontrou Espinhal, ainda um filhote e o escondeu e passou por um tempo cuidando dele até que ficasse forte e pudesse viver sozinho e então mantiveram sua amizade em segredo por todas esses anos. Iramaeles aconselhou a Espinhal que nunca se revelasse até a chegada do herdeiro de Kawtby que carregaria o broche da união e assim o fez até aquele momento.

Saudaram-se e apresentaram-se. E entre breves histórias de suas jornadas e existência, Espinhal então lhes disse que estavam em boa companhia, se referindo a Iramaeles, e que este lhes mostraria o melhor caminho para cruzarem a montanha e chegarem a Kawtby. Referindo-se a princesa disse então que sempre pressentiu a vinda da herdeira, Afharin, e esperou o momento como havia dito Iramaeles. Eles tinham uma ligação, um pacto firmado a muitas gerações e que sempre que a princesa precisasse usasse o broche para pedir seu auxílio.

Descansaram e se recuperam. Mas os feridos ainda se encontravam um puco debilitados e decidiram passar a noite em Fairinok. Espinhal providenciou aquecimento e passaram a noite contando histórias.

Espinhal foi ter com Afharin. Disse-lhe sobre várias coisas mas principalmente sobre a jornada que estava engenhando. Tudo que ocorresse seria devido, por mais que não acreditasse. Coisas que não desejaria podiam acontecer. E outras coisas que nem imaginou também poderiam vir como uma dádiva. Devia descobrir antes de cada desafio, uma coragem ainda adormecida, mas que na hora certa saberia despertar. Aceitar um destino traçado fazia parte das escolhas feitas desde muito antes da consciência viva. Ela entenderia um dia.

-- Não espere demais do desconhecido, Afharin. Disse Espinhal. -- O próprio desconhecido, desconhece nosso coração por completo. Afinal, o coração é a coisa mais mutável que existe.

Afharin com ar de dúvida afirmou saber o que seu coração queria e era chegar logo a Khager. Mas fez que compreendeu as palavras de Espinhal. Este então esboçou um sorriso. Despediu-se e antes de se retirar do salão e alçar voo,disse que estava uma bela noite no pico das montanhas. E saiu.

credito ilustração: http://pt.forwallpaper.com/wallpaper/kazamasa-uchio-ucchiey-japan-fantasy-fairytales-castle-landscape-192908.html

Acesse capítulo VIII e links para demais no final desse.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Fluindo ...

Oi pessoal. Como vocês já devem ter percebido eu gosto de escrever. Uma postagem por dia praticamente nos últimos dias. Uau. De repente me deu vontade de falar, falar, falar e escrever o que quero falar. Uma postagem por dia... tarde, noite ou madrugada. Meu sono anda bem esquisito e Morfeu decidiu brincar de par ou ímpar comigo. Só pode. Enfim. Mas quando a gente fica assim meio largado o melhor é ocupar a cabeça mesmo e deixar algumas ideias fluírem. Aliás, ideias e palavras não são as únicas coisas que fluem na gente e senti a prova disse quando da recuperação da minha cirurgia de transplante. Flui tudo e nessa situação a gente passa a perceber a capacidade da máquina humana.

Internei com 75kg e 8 horas depois da cirurgia, quando acordei, estava com 88kg. Barbaridade. Desacorçoado, quando conseguiram me colocar de pé pra me pesarem eu nem acreditei. Não sentia as pernas e nem os braços mas notei que estava muuuuuuuito inchado. A quantidade de soro que introduziram no meu corpo como método de proteção dos órgãos novos me assustou a princípio. Mas era tudo normal. Fazia parte. O corpo se encarregaria de se adaptar e expelir o excesso com o tempo. E isso foi ocorrendo nos dias seguintes.

Estava com dois acessos. Um central na subclavia e outro na veia do braço. Conectado. Ah se essas coisas fossem wi-fi. rsrsrsr. Enfim, não daria pra inalar a quantidade de líquidos que me colocaram. Essas coisas tinham que ser no tradicional pinga-pinga.

Tudo bem. Nos primeiros 4 dias que fiquei na UTI eles me hidrataram e alimentaram com isso. foram litros de soro fisiológico e outras ampolas menores de antibióticos, medicamentos para dor, eparina pra não coagular o acesso e outras "cositas más que yo no conecia" (portunhol pra dar mais drama).

Lembra do primeiro X-Man quando Magneto sequestra um senador e tenta transformar ele num mutante e o cara acaba virando um homem-água? ERA EU!!! Com tanto líquido eu já tava achando que ia virar uma gelatina. Hahaha ... Depois que fui pro quarto iniciei a dieta líquida. Então era liquido entrando por todos os lados. Foi mais de uma semana até fazer o nr 2. Teve um dia que foram 6 litros de nr 1. Eu já tinha virado uma usina de beneficiamento de líquidos. Era tanta química circulando dentro de mim, sem contar os comprimidos, que tinha certeza que se segurasse uma lâmpada ela acenderia em meus dedos. Me sentia mais radioativo que Fukushima.

Eram em média 3 litros de soro por dia e mais uns 6 menores com os remédios. Os remédios eram rápidos, acho que uns 20 min cada um. Mas o soro era triste. Ficavam horas pra descer tudo. E eu olhando aquelas gotinhas caíram com a sensação que cada uma caía a cada meia hora. Dificuldade pra dormir e ir ao WC. Agradeço a ajuda de meus pais. Foram os braços 3 e 4 que eu precisava. Ir no banheiro segurando o soro e também ter que fazer a coleta da urina em outro frasco ficava um pouco complicado. Até que improvisei um apoio no banheiro e as vezes conseguia pendurar o soro no espelho do banheiro. Era muita "água" que vinha e muito mais que ia. Ainda bem. Depois de uma semana já tinha perdido bons kgs que havia ganho na cirurgia e passei a sentir meus braços e pernas. Pernas demorou um pouquinho mais e cheguei a usar meias Kendal de média compressão. Ajudou. Depois de dose dias voltei pra casa com 70kgs. Fruto da dieta e da mágica regra de que o corpo flui. 




sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Em um mundo que precisa de heróis


Quando nos anos 80, Paul Simon lançou seu famoso álbum Graceland, onde misturou ritmos africanos ás suas baladas o mundo passou a observar de forma mais íntima um problema que se arrastava por mais de 60 anos na África do Sul: o Aparthaid.

Quase como uma trindade divina, três elementos passaram a fazer parte da história do mundo: Aparthaid, África do Sul e Nelson Mandela. A política de segregação do país dava amplos direitos a uma minoria branca e relegava á segunda classe a ampla maioria negra. Acesso a quase tudo lhes era restritivo.

Enfim, recém entrando na adolescência desde cedo passei a conhecer a figura de um homem que mesmo preso a quase 30 anos inspirava toda uma nação a lutar por igualdade, direitos básicos, liberdade e reconhecimento. Esse cara devia ser um herói.


A África do Sul mudou. Mandela foi solto e se tornou presidente. Seus ideais se concretizaram e ele virou uma lenda viva que agora entra definitivamente pra história.

Ele nunca quis uma revanche e foi justamente isso que o tornou a celebridade que é. Construiu um país com a união de todos os seus cidadãos. Ainda existem muitos problemas mas a semente foi lançada.


Todos recebem com pesar a notícia de sua passagem mas é nessas horas que vemos a grandeza dos heróis. Sua memória, sua luta e sua história deverão inspirar gerações para que cada vez mais possamos desfrutar de uma humanidade como se deve: mais humana, justa e igualitária que respeite as diferenças de cada um buscando a construção de uma união de povos e formação do espírito humano mais digno.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Capítulo VIII - Lenda Viva!

Aquela noite, dormiram tranquilamente. O cansaço do dia, as desventuras no rio e as revelações de Iramaeles foram como um turbilhão de ideias em mentes serenas. As montanhas tinham jogado sobre o litoral uma bruma leve e fresca oriunda em parte pela tempestade ocorrida naquela manhã que acabou vitimando o cozinheiro.

Foram acomodados gentilmente pelo ancião dentro de sua tenda. Algumas ervas queimavam e davam a sensação de frescor interior abrandando as inquietações e garantindo um sono revigorante aos viajantes. No entanto nem todos dormiam. Afharin se deixou levar pela força de seu coração. Seu amado agora tinha um destino real e possível. A alegria era imperativa em sua alma. Era uma questão de tempo. Seu broche emitia uma luz fraca mas continua. E lá fora um céu sem nuvens revelava uma imensidão de estrelas como velas de várias cores iluminam uma procissão em data festiva. O luar quase tornava a noite um amanhecer.

-- Durma Afharin, faremos uma viagem não muito longa mas cansativa logo que amanhecer. Abrande sua ansiedade.

-- Há outros como o sr, Sr Iramaeles?

-- Apenas Iramaeles, minha jovem. Sim, há muitos outros vagando por este mundo. E também por outros. Estamos aqui a muitas gerações. Ora visíveis, ora não. Mas todos com algum objetivo a ser feito.

-- E qual é o seu?

Iramaeles riu mas logo prosseguiu. -- Quem sabe realmente? Por hora basta saber que seu anseio vai de encontro com algumas coisas que eu acredito. Por isso irei com vocês. Agora durma. Partiremos cedo.

O sol irrompeu sua luminosidade por toda a baixada, projetando-se ao longe nos contrafortes das montanhas a leste. Logo chegaram no ponto de encontro do rio que já se encontrava em seu leito natural. Do outro lado da margem os que não tinham conseguido atravessar saudaram a comitiva com o ancião. Atravessaram o rio sem maiores problemas. A frente iam dois capitães junto com Arhun e Iramaeles logo atrás, cada um ao lado do outro.

-- Está a muito tempo nesta região, Iramaeles? Perguntou Arhun.

-- Não havia nascido ainda majestade. E nem o rei vosso pai. Vim de longe, tenho andado bastante como já lhe disse, mas sua vinda e a de sua filha trouxeram-me uma questão a ser resolvida. então nossos destinos se cruzaram. estavam prontos para isso aguardando apenas o momento certo. E eis que nos prostramos aqui em busca de um objetivo a princípio particular. Mas na verdade mais comum a nossos corações do que se possa supor. Coisas que serão reveladas individualmente, mas que se cruzam como numa rede de pesca.

-- Sempre fala tudo de forma enigmática?

-- Procuro falar da forma que seja entendida, mas que se esteja pronto para entender. Ahhh ... exclamou o ancião. -- Vamos virar nesta trilha.

Onde o caminho revelava apenas uma pequena estrada, ao lado um emaranhado de arbustos e pequenas árvores se abriram de repente revelando uma trilha menor. Uma subida levemente mais íngreme em poucas horas os colocou aos pés das montanhas. Apesar do calor o ar ali já era mais fresco. Adentraram um pequeno vale e o caminho ficou mais íngreme. Mais uma pequena passagem e a trilha tornou-se um caminho estreito e pedregoso. Mal se podia passar com os cavalos.

Um dos capitães á frente indagou baixinho com seu companheiro para tentar não ser ouvido se Iramaeles não havia se perdido. Ao que ouviu a voz do ancião logo atrás.

-- Tão certo quanto é certa a sua dúvida neste momento, meu capitão!!

Afharin e Arhun riram baixinho. Magos!!

Estavam nos contrafortes da montanha. Subindo. Iramaeles assumiu a ponta como guia. Viraram num pequeno rochedo e pararam. Nem todo caminho se encontra olhando apenas para o chão que se pisa, dizia o ancião. As vezes o que se procura não está debaixo do nariz, mas sim pra cima dele.

Levantaram os olhos e ouviu-se uma exclamação em uníssono. Todos pararam e se fez tanto silêncio por alguns momentos que quase se podia ouvir o mar, já a muito distante. No rochedo a sua frente viram, vigilante e austero, a figura de um dragão. Imponente e imóvel a estatua guardava a entrada da estrada que levava á cidade dos dragões. Iramaeles ria quase que copiosamente dizendo que amava aquele som.

-- Que som? Perguntou Arhun. -- Estamos todos em silêncio admirados.

-- O som de uma lenda virando realidade no coração dos incrédulos, majestade.

Prosseguiram o caminho e logo chegaram á estátua. Ficaram admirados com a beleza do acabamento. Havia sido lapidada por mãos de Kawtby, e polida com fogo de dragão. Logo atrás avistaram uma passagem. Um portal que dava para uma caverna. Pararam por ali por alguns minutos e vislumbraram todo o litoral abaixo até avistando o mar de Mararam. Fizeram uma refeição breve e encheram os cantis numa cascata próxima. Em seguida adentraram ao portal. Ficaram surpresos com algumas tochas acesas pelo caminho e como um reflexo desembanharam as espadas.

-- Tomara que com sorte possamos passar despercebidos. Disse Arhum.

-- Acredito que a sorte seja exatamente sermos notados, majestade.

-- As vezes você é enigmático demais, ancião Iramaeles.

-- Tenho me esforçado nos últimos 500 anos Arhum. Senão não teriam vindo me procurar. Riu sarcasticamente o velho homem. -- Mas acalmem-se. Nem toda surpresa é um perigo.

Continuaram caminhando por cerca de uma hora, adentrando ora em passagens mais estreitas ora em salões mais amplos que começavam a ficar cada vez maiores e mais frequentes. Começaram a sentir uma brisa  vindo de um dos tuneis. Iramaeles ia de encontro a ela. Logo se tornou um vento mais forte que agitava os cabelos do ancião e da princesa. As tochas acesas terminaram mas ao fim de um túnel amplo começaram a ver uma luz.

-- Chegamos. Disse Iramaeles.

Andaram um pouco mais e viram uma ponte em meio a uma garganta no meio da montanha. Mas não era uma garganta qualquer.

-- Meus amigos, vejam uma lenda se tornar realidade. Contemplem Fairinok, a Cidade dos Dragões.



A emoção que lhes abateu foi tão grande que a princesa e o cozinheiro começaram a chorar. Outros prostraram-se de joelhos ao chão frente a magnitude quase santificada daquele lugar. O próprio Arhum se ajoelhou e num gesto de puro reflexo e como se quisesse pedir perdão por algo retirou a coroa de sua cabeça, colocou-a no chão em frente de si, e começou a rezar.

Quando nos deparamos com algo desconhecido ou que não compreendemos, mas que essa força nos toca nos fazendo sentir emoções e sensações que atingem nossa alma, costumamos a dizer que tivemos o encontro com o divino. Assim se sentiram os viajantes de Kawtiby. Pois na verdade aquela força sempre esteve com eles. Era parte de sua história, sua existência e se encontrava apenas adormecida pelos anos do esquecimento e da não prática daquilo que para eles logo poderia ser chamada de Fé.

-- Eu vi o último dos dragões morrer, majestade. Eu estava lá. Disse Iramaeles.

-- Por que não nos contou, ancião?

-- Tem coisas que precisam ser vistas e ouvidas apenas pelo coração, majestade. Mas fico feliz que tenha se reencontrado aqui e agora. Todos vocês tem dúvidas, mas seus corações são fortes e bons. Terão sucesso em seus desejos por pior que sejam suas lutas. Mas levantem-se. Precisamos continuar.

Se recompuseram ainda tomados de emoção e começaram a caminhar a passos lentos, contemplando aquele cenário único e inimaginável até então. Quem construiu aquele lugar, e quando, nem Iramaeles conseguia dizer ao certo. Estava ali uma coisa que podia ser mais antiga que o próprio ancião. Próximos a chegar na outra extremidade da ponte, se assustaram com a passagem de uma sombra sobre eles. O que poderia ser? Uma nuvem? A sombra de uma não poderia ser projetada ali dentro. Além do quê havia passado muito rápido para ser uma nuvem. Ficaram alertas e aceleraram o passo. Chegaram ao outro lado e logo entraram em um salão amplo e arejado. O salão na verdade não possuía um teto. A parte superior era aberta onde se podia ver o pico das montanhas em volta e o céu azul. Prosseguiram.

De repente um ressoar ecoou pelos salões e poeira caiu do teto e pedras rolaram das paredes enquanto sentiam um leve tremor sobre seus pés. Pararam imediatamente assustados e interrogativos. Um pequeno terremoto? Algo mais vivo que um tremor ainda habitava aqueles salões. Adentraram a uma nova câmara.

Cada novo salão era adornado em suas paredes com entalhes trabalhados com desenhos, pictogramas e inscrições antigas que a maioria não conhecia. Haviam referências a um tempo antigo com certeza. Figuras de homens e dragões eram vistas em várias situações: lutando entre si; se cumprimentando; lutando juntos. No salão seguinte Arhafin parou e ficou olhando para um grande entalhe que tomava todo um lado da enorme parede do salão em que estava. Identificaram a história que Iramaeles lhes contou sobre a batalha do último dragão. A princesa viu então que o broche entalhado era o broche que ela carregava.

Do nada uma ventania, quase como um pequeno tornado se formou no salão. Seguido de um leve tremor a poeira se levantou formando uma verdadeira nuvem que não permitia se ver mais do que dois metros adiante. O ressoar agora se tornara como o rugir de uma grande fera. só que estava muito próximo. Se desesperaram quando um grande vulto escuro adentrou a sala vindo do céu. Não podiam acreditar no que imaginavam ser. Não conseguiam identificar. O rugir ficara mais forte. A sombra formada entre a poeira sugeria uma criatura que até pouco tempo habitava apenas seus sonhos e sua imaginação. O salão se aqueceu. Um ar fumegante os sufocava e de repente um lampejo de fogo passou por suas cabeças. Dois acabaram feridos pelas chamas. O chão tremia. Entre gritos e baforadas fumegantes então a criatura se mostrou saindo das sombras. Era um dragão. Ficaram atônitos. Uma lenda viva estava diante deles. Com as espadas em punhos tentavam se defender. O rei tomou a frente. Iramaeles penas gritava para baixarem as espadas. Mas com todo o terror em seus corações naquele momento, mal podiam reagir apenas pensando em sobreviverem. Arhum tentou atacar mas logo foi derrubado por um golpe dado pelo dragão com sua calda. O dragão se aproximou com suas narinas já fumegantes pronto pra transformar em cinzas a história do rei. Nesse momento, inesperadamente, Afharin se colocou entre o rei e seu algoz. Como um reflexo levantou o broche em punho que agora brilhava como um grande farol que quase cegava todos os demais. Era um brilho intenso que nunca jamais ninguém havia visto mudando do vermelho ao azul como por mágica. Os olhos do dragão brilharam em resposta. Mas ele avançou. Gritaram pela vida da princesa. E no momento em que acharam que o dragão a devoraria viva, ele parou diante dela.  Recolheu as asas. Cessou o fogo das narinas. E baixou a cabeça em deferência diante da princesa.

CAP I, CAP II, CAP III, CAP IV, CAP V, CAP VI, CAP VII.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Fui "Luluzado"!!!

Queria agradecer aqui a essa equipe maravilhosa que nos auxiliou a chegar nessa conquista. Meu maquiador ... que sou eu mesmo. O incrível figurinista ... que sou eu mesmo. A equipe de iluminação e fotografia que são eu mesmo (retoquei a foto num programa online). E a mim principalmente; afinal ser eu mesmo as vezes dá muito trabalho.

Hahahahahahaaaaaaaaaa ... galera das ondas virtuais, me luluzaram no tal do Luluwise (xiii... ta fora do ar, congestionou? Calma mulherada.). E olha que a avaliação foi boa hein... tá pensando o que? Com peças nova trocadas recentemente por pouco não cheguei na perfeição. Mas tudo bem, descobri a pouco tempo que sou modesto. kkkkkk

O assunto no momento nas redes sociais, principalmente no Facebook é de um app lançado para o público feminino avaliar seus amigos "meninos" do perfil do Facebook. Tem que ter uma conta lá pra poder participar e ser amigo de uma usuária para entrar no jogo e ser avaliado. Enfim é o velho amigos de amigos pra participar. Clique AQUI para maiores detalhes.

Enfim, é mais uma brincadeira, entre tantos apps, pra saber se seu amigo gatinho tá mandando bem ou não. Aí que começa a rebordosa da parafuseta. E se o avaliado não estiver mandando tão bem assim e se ofender? Ou acabar virando vítima de uma mágoa mal resolvida? Nesse mundo de BBBs e redes sociais muita água já rolou debaixo da ponte, e muita água já levou a ponte também. O que se precisa pensar é até onde isso pode levar.

São dois lados da moeda. Quem vive nas redes sociais e briga por privacidade acho que está sendo contraditório. Claro que o fato de participar não quer dizer que possa ter a vida escancarada e avaliada por qualquer pessoa que seja, mesmo conhecida. Até porquê imaginasse que alguém conhecido vá ter o mínimo de semancol pra respeitar os limites de qualquer brincadeira de mal gosto. Bem, isso é o que mandam os bons costumes mas sabemos que não é bem assim. Histórias de desgraças virtuais aparecem a toda hora.

Acredito que o bom senso deve imperar nesses momentos. A brincadeira é valida mas perguntar se alguém está afim de brincar evita muitos problemas. eu particularmente não fui avisado. quando vi, uma amiga havia me mandado a avaliação. Tudo bem que foi legal e aceitei a brincadeira. Mas se não tivessem me avaliado legal com certeza ia querer saber por quê. Na era em que se você toma leite desnatado e todos o integral pode ser considerado bowling, todo cuidado é pouco (chatice isso de bowlling). Em nome da brincadeira, sempre uma injustiça vai ocorrer.

Por outro lado, a coisa só toma forma e grandiosidade na medida que você dá importância demais a ela. Relax. Caso você não tenha ficado satisfeito com a sua avaliação pelo ponto de vista das meninas não esquente. Como quase tudo é efêmero logo ninguém vai lembrar da sua nota ruim e você vai poder transitar pelo mundo real e virtual sem problemas.Ou abra seu canal 0800 para criticas e sugestões. Avalie-se. Muito mal ou muito bom, veja se não esta esquecendo de mudar alguma coisa em você. E não se preocupe muito. Toda unanimidade é burra.

E nós machos, soberbos reinantes do mundo animal (Oi?) claro que não íamos deixar de contra-atacar. Já está circulando na rede um app igual ao tal do Lulu para a turma do saco roxo avaliar as coleguinhas. O tal do Tubby (quem inventa esses nomes?).


Objetivos e "sutis", só pela chamada você já imagina como vai ser a versão masculina do Lulu.

Brincadeira por brincadeira, acho melhor chamar os amigos e as amigas pra uma partida de Jogo da Vida, ou mesmo Streap Poker. Mais direto, divertido e morre ali, face to face sem ninguém ficar devendo nada pra ninguém depois. Além das peças íntimas.

Agora vou me incluir fora dessa história. Prefiro manter as relações que tenho no bom patamar que as mantenho. E quando o nível de intimidade permitir, falar diretamente á pessoa se ela ta mandando bem ou não. Interessa a ela e não ao universo virtual na minha opinião.

E na sua? O que acha disso? Participaria com o app na sua versão? E se você for avaliado, como reagiria?

O tecnocracia preparou um artigo legal sobre a guerra dos apps de avaliação virtual e também um manual de como configurar sua conta do FB pra você não se incomodar com essa nova mania.



Ou então, sorria, você está sendo avaliado (a).



Capítulo VII - Khager está longe. Mas está lá!

Todos ficaram inquietos. Aquela história que o ancião contou havia se perdido nas tradições e na memória dos ancestrais de Arhun. Mas fazia sentido. Passaram a lembrar dos acontecimentos relacionados com os sentimentos da princesa e o clima inconstante de Kawtby e que esse havia se agravado desde que a princesa havia encontrado o viajante. Mas como a história havia se perdido?

Toda a tradição deve ser cultivada mas também referenciada na história de um povo, de um lugar. Quando isso é esquecido a tradição em si acaba se perdendo. Torna-se lenda. As pessoas passam a acreditar como uma fábula. Vira história de criança e acaba perdida no tempo.

Mas havia outro motivo mais urgente, pelo menos no coração da princesa, que os fizeram chegar até ali. O destino de Khager.


-- Aquiete seu coração princesa Afharin - começou Iramaeles. Mas lhe adianto que será uma viagem longa. O destino de Khager também foi esquecido como algumas tradições de seu povo, mas ela está lá. Para além do poente, cruzando as serras de pedra feita até passar pelas colinas verdes de Shimbala. Seguiremos pelos campos de Orome até passarmos pela planície eterna de Aretho. Então veremos o grande mar interior, a serpente de água de Akalimam.

Um dos capitães chegou perto do rei e falou que se tratava de uma viagem muito longa, para além de muitas léguas de que conheciam.

Iramaeles de imediato interrompeu dizendo para não temerem. Não estariam sozinhos na empreitada.

-- Não lhes daria um rumo sem saber de alguém que poderia guiá-los.

-- Por que está nos ajudando? perguntou Arhun.

Ao que Iramaeles respondeu que, como havia dito antes há vantagens de se andar a tanto tempo pelo mundo. Dessa forma não apenas entendia o destino dos homens, mas também aprendera sobre os destinos da vida. Ainda assim Arhun não se deu totalmente por convencido com aquela explicação vaga. Mas Iramaeles então disse ao rei que os guiaria, e no momento oportuno receberia o pagamento que melhor lhe aprouvesse.  Com Arhun ainda intrigado, o ancião apenas mencionou que não seria nada que não estivesse ao seu alcance. Mas Afharin queria saber mais e interrompeu ambos.

-- Então atravessamos o mar e chegamos a Khager?

-- Se cruzarmos o mar, devemos pegar o destino a noroeste. Entraremos numa região mais seca e quente. Mas logo seremos saudados pelo povo de Khager.

Mais uma vez o coração de Afharin se encheu de esperança. Arhun imaginava com seus  capitães os preparativos pra uma empreitada tão distante e longa e ainda os reais interesses de Iramaeles. Mas o tempo era curto e não havia chance para mais perguntas. 

Afharin estava satisfeita. Sabia onde tinha que chegar e como chegar. E agora também tinha um guia. Descansaram àquela tarde, mas a princesa pediu ainda mais um favor ao ancião. Ouvia o barulho das ondas que indicavam que a praia não estava longe. Iramaeles de pronto ia mostrar-lhes o mar.

Caminharam por um quarto de hora, mas a ansiedade alimentada pelo som das ondas quebrando na areia lhes fez parecer que andaram bem mais tempo. Após desviarem de alguns arbustos e árvores, com um movimento de seu cajado Iramaeles abriu um caminho mais largo na mata e parou de repente dizendo:

-- Vislumbrem a imensidão de Mararam ...

E pararam todos maravilhados e também receosos bela beleza e a vastidão do oceano que se apresentava diante deles. Era surpreendente para aqueles olhos acostumados aos cenários das montanhas. Uma imensidão livre de um azul intenso que batia com força na areia definido entre morros e montanhas, acariciando o terreno com força, mas recuando pra se renovar em energia das águas salgadas que já molhavam seus pés. Se aproximaram da beirada do mar onde as ondas morriam. Foram tomados pela sensação de ter contato com aquela força.  Alguns já com água na cintura foram impedidos de prosseguir por Iramaeles. Toda beleza é perigosa, dizia ele. Sentaram á beira-mar e ficaram olhando o mar, em silêncio, como se tentassem comunicar-se com ele em seus pensamentos. O sol começava a se por às costas de nossos viajantes e o laranja que se desenhava no céu os fascinava ainda mais.



-- Vamos meus peregrinos. Amanhã  pegamos o caminho para Kawtby. Temos uma longa viagem a preparar.

-- Conhecemos o caminho de volta pela montanha, sr Iramaeles. Disse o capitão.

-- Mas não pretendo retornar pela montanha meu jovem. Quero ir por dentro dela, pela casa dos antigos dragões. Vocês gostarão de ver.

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 Leia Cap I, leia CAP VI


sábado, 30 de novembro de 2013

A vitória dos excluídos e a derrota dos mimados.

Olá pessoal. Tarde nublada em Curitiba. Aqui o clima está mais cinza que os 50 tons de E L James, romance sado-mazo que virou best-seller. rs. Ótima oportunidade pra ler um livro, ir ao cinema, ir ao shopping, combinar com amigos de ir tomar um café num lugar bacana ou mesmo visitar um amigo que fez cirurgia e não pode sair pra nenhum desses lugares. ! Aaaahhh ... acho que esse amigo sou eu ... humpf !!!!)

Pra você que acha muito chato fazer as mesmas coisas e enfrentar aquelas filas, ou mesmo não tem um amigo que fez cirurgia pra visitar, ou ainda você fez a cirurgia mas o melhor é não ficar esperando ninguém que não marcou de aparecer, minha dica é sempre um bom filme ou série de TV pra matar o tempo ocioso. Não dá pra ficar contando as nuvens cinzas que passam sobre a sua cabeça.

Não acompanho muitas séries mas gosto de algumas especificamente. Também não sou nenhum critico profissional mas decidi escrever minhas impressões sobre duas séries que acho possuírem uma relação que se assemelha mas que tem resultados e abordagens completamente diferentes sobre temas parecidos. Adoro GLEE, e não sei porquê ainda existe a MALHAÇÃO.


Parece o universo paralelo da mesma temática. Conheci GLEE através de uma amiga, quando a fui visitar em Florianópolis (obrigado Lis). Já tinha ouvido falar mas achava que uma série sobre adolescentes que cantavam literalmente seus problemas me pareceria meio "aborrescente" demais. Ledo engano. Virei fã e passei a acompanhar desde então.

Glee conta a estória de um grupo de jovens mais impopulares e excluídos de um colégio típico americano que buscam através da música terem aceitação como indivíduos e resolver problemas da adolescência através da união entre eles buscando muitas vezes na música, respostas para questão que não ficam só na adolescência. Aceitação, preconceito, primeiro beijo, namorados, separação dos pais, doenças graves, gravides, violência entre outros temas que afetam pessoas de todas as idades são tratados de forma muitas vezes séria e adulta tempo como pano de fundo as apresentações musicais com desfechos emocionantes. Sou um cara sensível mas tem vezes que só se consegue ver o final do episódio com uma boa caixinha de lenços ao lado. E as apresentações musicais não são só pra dar ritmo. Não é apenas um "quem canta seus males espanta". Há uma música sempre perfeita pra ilustrar um momento que estamos passando onde simples palavras não definem o que sentimos. A música ajuda a expressar e a entender o contexto da história e a mensagem que o episódio quer passar onde muitas vezes um simples diálogo não poderia dar toda a carga de emoção que a música conseguiria. Quem nunca terminou com o namorado e de repente ouviu Adele cantando Someone Like You e pensou: essa música foi feita pra mim? Certo episódio tratou o conflito entre irmãos o que rendeu uma belíssima versão de Gotye para Somebody I Used To Know (clique aí e se delicie). E também tem os episódios especiais onde alguns dos maiores cantores da música pop são referenciados. Já foram homenageados Madonna, Britney Spears, Lady Gaga, Steve Wonder, Lionel Ritchie, Whitney Houston e tantos outros. Eles conseguiram colocar um time de futebol americano dançando Single Ladies da Beyonce durante uma partida num vídeo que ficou viral na rede. A série está na 5a temporada e nesses anos, estreou em 2009, tem estourado de audiência nos EUA e ano após ano conseguido vários prêmios dos principais festivais do gênero nos EUA (listinha aqui). Eu só não consigo entender por quê a Globo, que comprou os direitos de exibição, já passou as duas primeiras temporadas após o Jornal da Globo, lá pela 1h da madrugada. É um absurdo. Nos EUA é exibido em horário nobre perto das 21hs pela FOX. Bem, em se tratando de horário nobre da Globo, com Além do Horizonte, Jornal Nacional, Amor a Vida, realmente uma série como Glee seria um peixe fora d´água. Pra não virar uma coisa de fã, beirando fanatismo, consultei alguns sites que pudessem corroborar com meu pensamento e encontrei um, entre vários, com uma opinião um pouco mais "profissa" sobre porquê assistir Glee. Clique aqui e leia.


E no Brasil nós temos? ... M A L H A Ç Ã O !!! Agora me parece em dose dupla, pois o que é essa Além do Horizonte? O programa tem tentado evoluir nesses quase 20 anos de exibição (essa coisa tem tanto tempo assim?). Estreou em 1995, teve seu auge mas acho que se perdeu completamente no tempo. Claro que seu público mudou muito. As próprias transformações tecnológicas nesse últimos 20 anos mudou o comportamento dos jovens e sua forma de se comunicar. Mas isso não foi o abordado muito inteligentemente pela série. O que se viu, na minha opinião, foi uma certa bestialização da juventude. Jovens mimados sendo expostos a situações e comportamentos ridículos com abordagens extremamente superficiais e de péssimo gosto sobre assuntos como preconceito, gravidez, namorados, família e outros, onde acredito mereciam uma abordagem mais centrada. Não precisa ser um divã, afinal a coisa tem que divertir, mas não dá pra acreditar que nossa juventude esteja tão alienada assim. Ou estou errado?  E a cada temporada as críticas aumentam (veja aqui algumas). A Globo usou muito o Malhação como  laboratório de atores e alguns até tiveram um certo sucesso ingressando nas grade de novelas da toda poderosa. Acho que Caio Castro é o maior expoente. Mas a temática também é muito local para um programa de rede nacional. É carioquice demais, com sotaque demais. Nada contra gente. Amo o Rio e os cariocas. Meu porém aqui é exclusivamente ao programa. Temporada após temporada voltam ás redes sociais a questão do fracasso e quando a série vai acabar. Pois parece que há tempos voa bem baixo de audiência. Tamanho o desespero se vê até no intervalo de Amor a Vida, inserções divulgando a trama adolescente (pelo Amor de Deus, assistam Malhação). Nos últimos anos atores renomados foram inseridos na novelinha pra tentar dar mais credibilidade ás atuações. Desculpem crianças, mas ter Malhação no currículo já não ajuda muito.

Enfim, talvez alguns jovens me persigam na rua. Outros façam coro ao que penso. Mas "eu acho que é" isso. Eu poderia, embuído de toda a minha humildade dar um conselho gratuito á Globo. Já deu né!! Deixa o Jô dormir mais cedo e coloca Glee no lugar de Malhação. Pega essa turma e coloca metade no TV Globinho no lugar dos Encontros da Fátima. Casada com o William Bonner e mãe de três filhos ela tem muito mais potencial do que apresentar aquelas atrações musicais horríveis que vão no programa dela.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Enquanto isso, o tempo passa lento no hospital. Mas nada monótono!

E aí galera, como vão vocês? Espero que bem pois eu estou ótimo. Tive uns probleminhas com pontos semana passada mas está correndo tudo bem. Alguns abriram pois ainda não estavam na hora de tirar mas algumas medidas já estão fazendo eles fecharem de novo sem a necessidade de recosturar. Eu praticamente estou gravido, usando uma cinta pra ajudar na cicatrização da "cezariana". Mulheres, tamo junto. Amarrar o tennis é uma aventura.

Como havia dito num post anterior vários momentos de minha estadia considerei pitorescos e de certa forma me ajudaram a ver as coisas de uma forma diferente naqueles dias. Não que o transplante tenha sido uma experiência espiritual tanscedental e me mudou completamente. Mas como dizem alguns, se a dor é inevitável, o sofrimento é opcional. E achei que nem doeu tanto assim.


O primeiro raio de luz ... natural.

Pense em você 4 dias sem ver a luz do dia. O sol, a mudança da luminosidade na janela pelo passar das horas. Na UTI não tem nada disso. É luz de lampadas frias que com você deitado quando são acesas incidem diretamente em seu rosto e parece que iluminam até seu útero. OK, estômago, que esse todo mundo tem. E acendem a luz a qualquer hora sempre que precisam dar remédio, medir alguma coisa, trocar alguma coisa ou acudir alguma coisa... digo, alguém. Tudo bem, recém operado a gente não consegue dormir mesmo. Vive de cochilinhos ainda sob efeito da anestesia e sedativos pra eventuais dores.

Fui pro quarto e a médica e a fisioterapeuta disseram que eu precisava andar. Nem precisaram repetir. Depois de 4 dias deitado eu queria fazer uma maratona. Tudo bem que correr com sonda e dreno seria uma corrida de obstáculos, então decidi apenas caminhar e foi então que eu vi ...


... a cena do céu azul, com a planície e as montanhas ao fundo quase me fizeram chorar. Naqueles dias eu chorava até em propaganda de margarina. Mas enfim, foi emocionante ver a cena. O hospital fica na região metropolitana de Curitiba e da vista para a famosa Serra do Mar, região da Mata Atlântica do Paraná. Dá um desconto gente, parece realmente que não tem nada demais, porém pensem. Fazia 4 dias que só via luz de lâmpadas frias. Realmente o efeito da luz do sol sobre o astral das pessoas é crível de estudo. Vocês conhecem um lugar cinza em que as pessoas sejam muito felizes? Eu conheço o contrário.


Eu fiquei na ala das estrelas. Olha que chic.

Gente, eu sou demais. Na verdade não sei por quê colocaram o nome da ala que eu estive de Ala Diva. Sim, DIVA. Vai ver é homenagem a alguma doutora ou colaboradora, ou fundadora do hospital que se chamava Diva. Mas a associação imediata quando falava a ala que estava era outra. Bem outra. 

Aí comecei a pensar sobre o assunto. No hospital você pode pensar bastante sobre vários assuntos. Todos os cuidados ali são pra você. Coisa de Diva. Você veste coisas estranhas, roupas extravagantes. Coisa de Diva. Seus adereços são diferentes e lançam tendências e conceitos (tudo bem que uma fantasia de sonda e dreno com soro pendurado deve ser bem estranho (né Gaga?). Mas é coisa de Diva. As vezes eu ouvia uns gritos na noite vindo de outros quartos. Coisa de Diva. E em seguida gente correndo pra acudir. Coisa de Diva. Eu estava no lugar certo. As vezes apertava só um botão e aparecia alguém pra me ajudar. Eu sou uma Diva. E acreditem, até pra me ajudar a fazer pipi tinha alguém que me ajudava. Eu era uma Diva total. Estava no lugar certo. Só faltava eu abrir a porta do quarto e tocar VOGUE ao passear nos corredores. Strike a Pose total. 
Pra brincar um pouco com essa história, tem um vídeo bem legal da série GLEE que brinca com esse desejo contido que todo mundo tem de ser DIVA por um dia pelo menos. Eu já tive meu dia de DIVA e você?

Diva por Divas, eu prefiro as mais experientes. 


A lá Jack Nicholson em Something Gotta Give. #soquenao

Ok. Momento constrangedor. Sabe que é raro você ficar sozinho num quarto quando seu tratamento é todo feito pelo SUS. Nada a reclamar pois foi tudo do bom do começo ao fim. BUT ... eu dividi o quarto. Isso não é problema. Transplantados ficam em até dois no quarto com visitas super controladas. Se bem que as vezes tinham 6 pessoas lá dentro e eu não imaginava como era possível. Eu não tirava a máscara. Meu colega tinha feito transplante de coração e devido ao tipo de procedimento ele tinha secreções. E usava só o avental. O problema é que ele não amarrava atrás e gostava de se levantar. Aquela cena começou a me incomodar. Gente, amarra né. Quer passear, amara né. Eu entendo toda a situação. Mas amarra né.  Era o tiozinho sensualizando no hospital. Capaz. Tanta gente pra fazer isso de unha encravada. Cheguei a postar no Facebook que ia acabar passando a mão na bunda do tiozinho pra ver se ele aprendia a amarrar o avental. Piadas e comédias a parte a coisa rendeu até que ele conseguiu vestir a roupa. Ufa. Tá certo que posso ter sido pouco compreensível.  Mas lembre-se, quem estava lá todo dia era eu: de pijaminha.



Bem-vindo ... DORIVALDO?

Eu ainda me surpreendo com a criatividade dos pais. Pensa aquele menininho lindo, todo fofinho, cheio de vida, quietinho no colo da mãe com o papai do lado quando alguém diz:
- É o Dorivaldinho mais lindo que eu já vi.


Sério que podem existir outros? Meu Deus. O que aconteceu com os Robertos, João Marcelo, Pedro Paulo, Mario (até o Mario), Renato ... Maurício, José. Será que os pais se chamam Doriana e Nivaldo? Já não ajudaria muito mesmo. Ou é homenagem ao avô? Desculpem o sarcasmo com o nome da criança, mas vamos e convenhamos né gente. Uma amiga psicologa pediu o fone da família pra atendimento futuro. Bowlling pronto. Um advogado também. Enfim, que seja muito feliz e tenha saúde.  


As vezes no silêncio da noite ... da manhã, da tarde, da madrugada

Hospital. Lugar de muita energia curativa. Centro de excelências. De dedicação e amor pelo que se faz. Local de tranquilidade, paz e raves todas as noites. Oi...? 
Quando eu era criança e passava á frente de hospitais eu sempre via aquele placa azul com um círculo vermelho cortado ao meio com um buzina dentro. Pra mim desde então ficara muito claro que quando se passasse ou estive naquele local devia-se fazer silêncio de forma imperativa. Mas não foi bem assim que ocorreu nos dias que fiquei no hospital. Depois que fui pro quarto percebi que essa não era uma retórica constante. Bem pelo contrário. E a janela do meu quarto dava pra um corredor interno onde se acessava o vestiário do centro cirúrgico. Era uma feira. As vozes ecoavam. O horário de pico era perto das 06 da manhã. Aquela do paciente tentar tirar o soninho gostoso. A situação era absurda e cheguei a reclamar várias vezes com as psicologas que todo dia iam nos ver pra saber coo estávamos. Era a minha única crítica.. Em vão. Chegava a pedir silêncio da janela, mas mudava de turno e começava tudo de novo. Realmente era uma coisa chata. E no corredor as divas se multiplicavam. Também tinha muito "converserê" e o corredor era local de passagem. Carrinhos de tudo cruzavam aquela ala. Minha mãe foi falar com o ouvidor que disse que entendia mas pedia compreensão que o hospital estava em reforma. Bem, haviam pessoas que estavam em reforma naqueles quartos e necessitavam do silêncio como parte do tratamento. Não queria uma bolha sem som, mas um pouco mais de esforço e consciência das pessoas. Acho natural isso. 


Hoje está fazendo um mês e 8 dias do meu transplante duplo. Procurei relatar de forma positiva o que me passou nesses dias de internamento e aqui estão os principais deles. Em nenhum momento pensei em desistir mesmo nem sabendo ao certo pelo que passaria mas acredito que venci. Estou vencendo. Sei de histórias de pessoas com medo e principalmente pra elas que eu acho que escrevi essa minha história dessa forma. Minha médica, extremamente dedicada e competente, havia me dito que seria um período difícil. Eu decidi encarar de frente. Como disse antes, se a dor é inevitável façamos o sofrimento ser opcional. Optei me encher de esperança a cada ligação me chamando para a possibilidade do transplante. Coisa que aconteceu apenas na décima vez. Realmente não acho que sofri. Passei sete meses ligado a uma máquina 3x por semana durante 4 horas e saía dali e ia enfrentar 6 a 8 horas de trabalho no banco. Sei que tem gente nessa rotina ha 5, até 10 anos. Pra elas principalmente passo a minha esperança. E vou continuar escrevendo sobre as cosias boas que farei e faço. Símbolos de que tudo vale a pena. Obrigado por lerem.

Seguem outros links para essa história.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Capítulo VI - Respostas Esquecidas


Se recuperaram um pouco daquele momento doloroso em parte graças a serenidade e empatia do ancião Iramaelis. Sua doçura na voz mas com a firmeza que lhes dava confiança, beberam um pouco de água e logo se postaram a caminhar seguindo o ancião por um trecho da mata. Na outra margem, Arhun havia pedido aos que não tinham conseguido passar que armassem acampamento e os aguardasse.

Caminharam até o sol lhes esconder as sombras sob os pés. Chegaram numa clareira verdejante onde de perto se ouvia a água a correr. Uma tenda coberta de folhas e uns retalhos de peles de animais que faziam a função de porta dominava a paisagem na parte sul da clareira. No ar, o aroma da maresia trazida por uma brisa constante. O mar estava muito próximo.

Iramaeles pediu ao assistente de cozinheiro que sobreviveu que descansasse. Ele mesmo providenciaria algo que os deixaria mais fortes e animados. Após alguns minutos os que estavam fora sentiram aromas que lhes abriram o apetite. Não souberem identificar mas o cheiro das ervas que Iramaelis usava dominava o lugar. Depois de um tempo chamou os viajantes a adentrar a tenda.

Ficaram maravilhados. A tenda era grande por dentro. Não parecia tanto assim por fora. Uma mesa simples mas bem arrumada no centro com lugares para todos enchia a visão naquele primeiro momento. Velas aromáticas iluminavam a cena auxiliado por algumas aberturas no teto. Nas paredes peles, amuletos, objetos decorativos de vários estilos, tecidos simples, estampados e até brocados. Móveis não haviam muitos, alguns baús apenas. Ervas e outras plantas, inclusive flores de vários tipos preenchiam espaços em todos os cantos. Era um lugar especial.

-- Adoro tudo que cresce na terra. Disse Iramaeles, completando. -- Alimentem-se e fiquem á vontade. Devem estar famintos e estômagos vazios absorvem pouco do que chega á mente pelos ouvidos.

Fartaram-se com peixes de vários tipos e sabores. As ervas que serviam de tempero vaziam com que apenas uma porção não fosse suficiente para os viajantes. Acompanhados de legumes frescos crus e outros cozidos, agradeciam por cada novo sabor que degustavam. Uma bebida levemente adocicada servia de refresco.

Viver pelo mundo caminhando a tanto tempo trazia suas vantagens, dizia o ancião.

Frutas foram servidas como sobremesa. Então Arhun se adiantou e perguntou ao ancião sobre seu destino, Khager. Notando a impaciência no rosto da princesa, Iramaeles começou. Mas não pelo motivo principal da viagem e sim pelo broche que a princesa carregava.

Presente de Arhun á filha, estava na família real a mitas gerações. Chegou a Arhun  por sua mãe, avó da princesa. que havia ganho do pai e assim de geração em geração passando de mulher a homem e deste a uma mulher. Mas ninguém sabia a origem dele.

-- A muitas gerações, num tempo que para vocês hoje acreditam ser lendas, os dragões do tempo habitavam as montanhas acima de Kawtiby. Depois de anos de guerra um dos senhores da casa real fez paz com os dragões e estes protegeram a cidade até seus últimos dias. Cunharam um amuleto selando essa amizade que devia ser respeitada para sempre. Seu broche é esse amuleto.

Ficaram surpresos, mas Iramaeles continuou.

-- Numa época de sombras um inimigo poderoso aportou á Kawtiby e os dragões ajudaram o rei a defender a cidade. Os invasores foram expulsos mas a linhagem de dragões havia acabado. Apenas um ainda vivia mas ferido mortalmente. O rei foi logo ter com ele em seus últimos momentos com palavras de gratidão eterna e que aquela nobre linhagem de dragões jamais seria esquecida e para sempre reverenciada. Pena que parece que isso não se confirmou até os dias de Arhun.

O rei fez expressão de desconforto.

-- Vendo a ferida do amigo dragão, o rei que estava com o amuleto, pegou uma faca e fez um pequeno corte em sua mão que começou também a sangrar. Pegou o amuleto com a mão sangrando e o encostou na ferida do dragão. Ambos os sangues se misturaram e banharam a gema do amuleto que absorveu o líquido. A magia do sangue do dragão se misturou à alma dos descendentes da casa real de Kawtiby. Por isso as temeridades de seu coração, princesa, serão percebidas pelas mudanças de clima de sua cidade. Afinal, seu sangue está unido á linhagem dos dragões do tempo.


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