sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Ao horizonte o Mar de Zarhaês

Dois dias depois da decisão de Arhun, a comitiva partiu cedo para encontrar os anciões. O sol se encontrava ainda meio escondido atrás das montanhas mas já revelava um céu claro e azul. Seria um dia quente apesar de que naquele momento o orvalho da manhã ainda obrigava a comitiva a usar suas capas de frio.
Arhun ia a frente com o capitão e seus batedores. Aprincesa ia logo atrás com uma aia da corte e em seguida a caravana com guardas e provisões. Estavam bem preparados para longos dias de viagem caso algum contratempo ocorresse. Apesar da expectativa de uma empreitada tranquila nunca se podia imaginar que obstáculos as montanhas poderiam oferecer. E com as chuvas dos últimos dias toda cautela era bem-vinda.
O início da subida para atravessar as montanhas foi tranquila. Apesar do terreno se tornar íngrime haviam caminhos mais suaves a seguir para evitar maiores riscos. O dia aqueceu e ao longe quase não se via mais a cidade de Kawtiby. A tarde caiu rápida sobre os viajantes revelando a lua que carregava a noite consigo. Logo encontraram um local para o acampamento para passarem a noite. Durante o jantar a princesa se aproximou de seu pai meio apreenssiva. Tinha duvidas sobre encontrar os anciões.
O amor é um misto de esperança e inquietude quando o ser amado é uma lembrança na mente, uma ilusão aos olhos e uma saudade ao toque.
Arhun ternamente tranquilizou a filha. Pediu que ela alimentasse a esperança de seu coração com a certeza de que em breve suas duvidas seriam aplacadas. Tudo correria bem mas ela devia ter paciência e nunca perder a fé naqueles que a amavam. Tiveram uma noite tranquila e despertaram com o canto dos pássaros.
Partiram logo em seguida e fizeram um bom trecho do percurso. Encontraram uma estrada ladeada de hortências azuis que tornou a caminhada prazerosa. Após algumas horas começaram a ouvir o barulho forte de água corrente. Seria um rio correndo pelas montanhas? Dois batedores aceleraram a cavalgada para descobrirem de onde o som vinha. Voltaram alguns minutos depois dizendo que acharam um ótimo lugar para a parada do almoço. Ao cruzarem uma passagem de pedras, a avistaram.
Era alta, descia de um dos contrafortes dos rochedos á esquerda. Bela e luminosa sua imagem era um alento aos viajantes. Aquela cachoeira se derramava como um véu sobre a montanha formando um lago de águas cristalinas logo abaixo. Todos se maravilharam e decidiram almoçar por ali como recomendado pelos batedores. Aquela cena os encheu de esperança e apesar de não desejaram perder de vista aquela imagem, se renovaram de coragem para continuar a viagem mais rapidamente e encontrar logo os anciões. A viagem transcorreu tranquilo até o meio da tarde quando descobriram ter chego ao ponto mais alto da montanha. Após a virada num penhasco localizaram um plato aberto que lhes revelou que a partir dali começava a descida. Vislumbraram o vale abaixo da montanha e ao horizonte já podiam ver o Mar de Zarhaês, seu destino. Morada dos anciões.

 
Acesse aqui o capitulo anterior com link para os primeiros dois capítulos.

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