quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Capitulo V - Águas Ocultas

Após mais uma noite tranquila mas cheia de ansiedade, acabaram despertando logo ao raiar do dia sentindo o aroma da maresia que soprava com os ventos vindos do mar que já estava próximo. O desjejum foi rápido. Não queriam perder tempo e logo se colocaram a caminho em busca de seu destino. Encontrar algum dos anciãos que lhes pudessem dar as respostas sobre que mágica existia no broche que a princesa possuía. Esta por si, só pensava em descobrir o caminho para a cidade de seu amado: Khager.

O céu estava limpo e o manto azul que lhes cobria os inspirava. Mas atrás deles ouviam o clamor nas montanhas e perceberam então que lá o clima estava diferente. Nuvens carregadas encobriam o topo dos picos mais altos e trovões ecoavam para o vale abaixo. Uma tempestade nas montanhas tinha se formado e aquelas nuvens logo podiam chegar ao litoral onde estavam. Apressaram o passo.

Adentraram a uma restinga e logo perceberam a mudança no terreno. Sob a terra a seus pés notaram a areia branca se misturando á massa escura. A praia estava perto. Contornaram um rochedo e já ouviam o barulho de água correndo. Não parecia o mar. Encontraram um braço dele. Não era tão largo . Talvez uns 20 metros de margem a margem. Corria com certa calma e decidiram atravessar. Um dos capitães indicou passar primeiro e levar uma corda ao outro lado pra garantir mais proteção o que foi aceito pelo rei Arhum de imediato. Não queria se arriscar. A margem foi logo vencida e percebeu-se que a profundidade era suficiente para ocultar apenas as patas do cavalo. Com a corda acreditaram passar sem problemas e iniciaram a travessia. Porém, quando quase metade da comitiva havia passado, inclusive o rei e a princesa, perceberam a correnteza aumentar assim como a vasão da água. Os que estavam no meio aceleraram mas logo a enxurrada os alcançou. A forte chuva que caía nas montanhas fez verter água para os contrafortes abaixo e desembocaram naquele rio. Homens dos dois lados seguravam a corda como podiam. No meio ao desespero, o cozinheiro com algumas provisões se segurava como podia. Mas não pôde muito. A força da água levou o pobre homem junto com o cavalo com parte dos mantimentos. O ânimo de todos se abateu. Desanimados, se prostraram em ambas as margens exaustos e entristecidos de dor pela perda do amigo. Mas entre os prantos e a dor silenciosa, ouviram então uma voz acalentadora e serena.

- Não temam meus amigos. Descansem de sua exaustão e sua dor. Tudo ficará bem agora.

Surpresos buscaram a voz e avistaram um senhor em vestes simples, de idade avançada se apoiando em um cajado. Seria a quem procuravam? Mas antes de perguntarem, já lhes foi dada a resposta.

- Sim. Sou eu a quem procuram. Estava aguardando por vocês. Pena que os encontrei um pouco tarde. Mas relaxam. A angustia de seus corações será aplacada.

O rei Arhum ia se apresentar mas antes que pudesse o velho senhor já o interrompia.

- Relaxe majestade Arhum. Sei quem são e porquê estão aqui. Mas antes de tudo, sou Iramaelis, o ancião do mar que procuram.

CAP I, CAP II, CAP III, CAP IV.


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