quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Ditadura Militar é a solução ... só que não!

Boa noite oprimidos, comprimidos e os que não se acham representados no atual cenário político nacional. Bem, depois que não aprovaram no senado a redução da maioridade penal acredito que cerca de 92% da população se sente assim.

Quando eu era jovem começando a curtir uma certa liberdade de ir e vir lembro de minha mãe sempre me aconselhando para tomar cuidado na rua principalmente com aglomerações de pessoas e eventuais pessoas exaltadas nesses meios. Anos depois fui entender o porquê desse tipo específico de aconselhamento: trauma do período do regime militar.





















Na atual conjectura nacional onde a corrupção é galopante e os serviços públicos estão cada vez mais a bancarrota, a violência aumenta e a própria população se sentindo abandonada vai as ruas espelhar a violência sofrida, vejo um grande número de pessoas defendendo a volta da ditadura como solução. Ééééééééé ... oi?????

Não sei o que esse povo faz, o que pensa realmente, como vive, mas gostaria de colocar a essas pessoas alguns pontos que talvez estejam equivocados. Muitos dizem que no tempo da ditadura não havia tanta corrupção. Neguinho, existia e muito. O problema é que quase ninguém ficava sabendo visto a censura a imprensa. 

Quando os americanos apoiaram o golpe que cerceou o comunismo no Brasil, o dinheiro do Tio Sam correu solto em Brasília financiando muitas obras como a usina de Itaipú e a ponte Rio-Niteroi, ou mesmo a histórica Transamazônica. E sim muita gente encheu os bolsos sem contar que esse dindin não veio em doação mas sim engordou nossa divida externa que explodiu nos anos 80 após a abertura. E onde foram parar os bens dos prisioneiros políticos que desapareceram nos porões da ditadura? O Brasil nunca teve uma taxa tão grande de suicídios. O regime dizia que muitos se suicidavam nas prisões. Tá legal, carochinha.

Ainda para ter mais argumentos, coloco a seguir o link do blog do jornalista Juremir Machado da Silva que esclarece alguns pontos sobre esses fatos. Clique aqui. Vamos lá, não corrobore com a ignorância sobre o assunto e ganhe alguns minutos de conhecimento.    
 

 







O povo na Venezuela luta contra uma ditadura. Na Ucrânia o povo luta para evitar a volta da ditadura ditada por Moscou, sombra do domínio russo sobre a égide da antiga União Soviética. A dois anos o mundo árabe foi varrido pelo que ficou conhecido como a Primavera Islâmica que derrubou inúmeras ditaduras. Até o Kadaff na Líbia se ferrou. E você achando que um regime militar é a solução? 

Ok. Vamos deixar o exército dar uns tiros nuns políticos sacanas e mandar mais alguns milhares pro exílio e encher nossos jornais de receitas de bolo enquanto assistimos tudo sentados em nossos confortáveis sofás via TV de led 55" sem sujar a mãozinha. 

Eu acredito que liberdade e construir um futuro mais justo requer responsabilidade da qual não podemos fugir. A situação do Brasil atual é difícil e talvez nem nós vejamos esse futuro de sonhos. Mas esse futuro não pode ter um passado de erros justificando erros. Já vivemos isso antes e quase 30 anos depois do fim do regime militar no Brasil ainda há cicatrizes abertas. Não precisamos de uma nova geração de traumatizados. Até porquê os perseguidos daquela época é que ferraram o Brasil desta época. 

Vamos marcar uma revolução para outubro. Vamos virar esse país. Vamos tomar as ruas com a arma que ainda é mais efetiva e pode ser mais letal ao estado hipócrita que nos encontramos. Pense bem. VOTE consciente.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Australiana com câncer perde amigos no Facebook

Sexta-feira é alegria. Todo mundo secando o relógio da empresa pra logo chegar as 18 horas. Aqui no sul o povo está em polvorosa pois a chuva chegou e a temperatura ficou muito mais agradável. Saímos dos 33 C em médio no ultimo mês para confortáveis 24 C. Curitibanos acima de 28 C começam a derreter. 

Zapiando pelas notícias nesta manhã me deparei com uma reportagem que me chamou a atenção. Uma australiana que passou por tratamento de câncer de mama postou fotos de suas cicatrizes no facebook como uma campanha de conscientização mas acabou perdendo vários "amigos" na rede social. (Clique na imagem e veja a matéria).

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/02/13/australiana-perde-amigos-no-facebook-apos-fotos-de-marcas-do-cancer-de-mama.htm#fotoNav=6 

 Eu me surpreendi com o fato das pessoas a terem excluído ou bloqueado. Pra mim as campanhas de câncer de mama que a anos nos vem trazendo luz a algo que era um tabu tem ajudado a dismistificar essa doença e ajudar a tantas mulheres a terem uma qualidade de vida maior. 

Lembro do comercial com a Cassia Kiss que polemizou mostrando os seios. Coisa hoje bastante normal em algumas campanhas.

 

Não acho que seja tão polêmico assim. Ver as marcas da luta de uma pessoa pela sobrevivência devia ser inspirador. Mas claro que não podemos generalizar e há pessoas que não tem essa sensibilidade ou talvez isso a exponha aos seus próprios medos. Jung explica. Em se tratando do Facebook sabemos do mundo perfeito que impera ali onde todos são felizes e saudáveis. Há exceções. Por outro viés o Facebook é um meio bastante eficiente para campanhas de conscientização sobre doenças e ajuda a pessoas em dificuldade. Todo dia aparece a foto de alguém com uma doença rara pedindo ajuda e creio que isso já não é mais espanto pra ninguém. Todo mundo compartilha pra ajudar.

Ela preferiu as fotos. De repente mais impactante. Passei por um transplante duplo em outubro de 2013 e preferi dividir minha odisséia escrevendo minhas impressões sobre todo o processo neste blog. Postagens aqui. Cada um pode dar seu recado a sua maneira. Eu preferi escrever e não revelar minha cicatriz. Foi meu jeito. E acho que ninguém me excluiu. 

Quando passamos por momentos críticos em nossa vida, isso afeta àqueles que estão a nossa volta. Há quem fique firme do seu lado. E há quem se afaste por mil motivos que não discorrerei aqui. Mas também há os que se aproximam do nada. "Descobrem" a sua batalha e de repente você fez uma novas amizade. Coisas da vida. 

Pra nossa heroína que venceu o câncer eu diria que a energia que dispendemos  quando passamos por grandes provações sempre afastarão uns e aproximarão outros.  Se alguns de seus amigos a excluíram não se aflija. Não eram tão amigos assim.  Parabéns pela grandeza de espírito.

E você o que pensa ou como agiria a respeito disso?  

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O fuso horário da cozinha dos hospitais

Hi people! Seguindo a linha de minhas aventuras na imensidão do universo transplantídico venho desta vez falar do universo paralelo da cozinha dos hospitais.

Claro que a maioria de vocês já teve que desfrutar da hospitalidade destas instituições "paradísiacas" pelo menos pra um descanso forçado de uns 2 ou 3 dias. O atendimento exemplar (vocês devem fazer idéia do poder de uma campainha), as "massagens" e principalmente as sessões de "acupuntura" (é tanta agulhada que chega uma hora que você não sente mais nada; puro relaxamento ... rsrsrs). Mas o que mais eu "gostava" eram os horários das refeições.

Claro que pra manter a boa média das 6 refeições por dia os horários das mesmas devem ser bem distribuídos então a coisa começava cedo mesmo.

Sete horas as mocinhas já estavam batendo na porta servindo o café. Não importa se você ainda estava dormindo ou se não estava com fome. O café estava ali e pronto. Acho que esqueci de ler essa parte no "contrato de hospedagem". Mas tuuuuuuuuudo bem. Em condições normais se toma café mais ou menos nesse horário mesmo. 

Depois das oito horas o café já tinha sido recolhido (comeu comeu, não comeu se ... ) e lá pelas dez e meia vinha o chazinho. Olha que meigo. Aquele chazinho tipo só um copinho de chá mesmo pra ajudar a chegar até a hora do almoço. Afinal, com aquele breakfast todo o almoço devia sair lá perto das 13 horas certo?

Nem dava meio dia já estavam servindo o jabá. Em outras situações pra mim o café ainda estaria descendo. Mas dá-lhe comer a bóia pra não ficar com fome depois. A mocinha do jornal estadual mal dizia boa tarde e tudo já tinha virado lembrança.

O último grão de feijão mal havia saído do dente e lá pelas 14:30hs já estavam servindo o café da tarde pra nosso desespero. Ia comer o que se o bife sem sal do almoço tinha acabado de dizer adeus ao meu estômago? Eu nem sentia um vazio interior ainda. Mas um cafezinho depois do almoço até que ia bem. Eu tomava uns dois copos de café, o primeiro com leite e o segundo puro, e guardava o pão ou as bolachinhas (biscoitos) pra mais tarde, junto com os sachês de margarina sem sal e geléia diet. Com esses horários nunca se sabe se quando a fome realmente bater vai ser servido alguma coisa.

Perto das 18 horas eu me lembrava que este horário é o que geralmente dá vontade de tomar um bom café com um pãozinho, fatia de queijo e etc. CHEGAVA A MOÇA COM A BANDEJA DA JANTA!!!



Meu Deus. É coisa do sindicato que não deixa as cozinheiras trabalharem além das 18 horas? Como faz pra ter fome de jantar esse horário? Empurra com a gelatina? Nem preciso dizer que boa parte sobrava. Nem minha avó janta esse horário. Aliás, se praticamente ninguém janta esse horário por quê os hospitais praticam essas horas malucas de refeições aos pacientes? Claro que depois de uns dias você até acostuma . Mas imagina sendo isso durante horário de verão. Jantar as 17hs? Realmente é quase um fuso horário europeu  #soquenao

 Lá pelas 21 horas, pra arrematar, um chazinho. UM CHAZINHO!!! Bem na hora que a fome de janta verdadeira aparece, você tem U M  C H A Z I N H O ! ! ! Salvação: as bolachas que eu guardei do café da tarde. Por isso no kit de sobrevivência hospitalar tenha sempre um extra de bolachas ou algo que lhe seja permitido comer. Dormir com fome e sonhar com aquilo que no dia seguinte você sabe que não vão te servir e muito menos na hora que você quiser não é legal.




terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Qual a diferença de uma vida para outra?


Prezados fãs, amigos, colegas e curiosos ... Olá!!!

Ainda com um pouco de dificuldade de digitar em face a problemas da mão esquerda, mas devido aos acontecimentos e a forma com o qual o tema tem sido tratado, decidi fazer fisioterapia digitando.

A morte, confirmada nesta data, do cinegrafista Santiago Andrade durante manifestação no Rio da semana passada, é mais um caso entre tantos da convulsão social que acomete o Brasil.

No entanto a abordagem sempre tendenciosa  dos urubus de plantão usando tragédias pessoais pra tirar algum proveito, desvirtua quase por completo o verdadeiro sentido das coisas.

Não quero diminuir o fato que no mínimo é lamentável e deve ser apurado até o fim onde devem ser empregados todos os meios possíveis para isto.

Mas, mais uma vez "tem alguma coisa de podre no reino da Dinamarca".

As próprias reportagens exaustivas sobre o fato, inclusive na Rede Globo que não era onde Santiago trabalhava, já começaram a me soar como oportunismo e corporativismo. Tudo bem, normal. Mas a imparcialidade passou longe e a briga quase virou pessoal.

Começou a caça as bruxas e vi num jornal que identificaram quem ACENDEU o rojão e a prisão deste foi expedida. Acender rojão virou crime? Isso não pode ser usado como instrumento para chegar a quem lançou. Mas de qualquer forma o caso vai ser tratado como assassinato e não como acidente.

Santiago era cinegrafista experiente. Mas se as entidades de classe estão tão engajadas na elucidação do caso me parece que falta uma certa profundidade, como sempre.

 Mas por quê Santiago não estava usando equipamento de segurança, sendo que as manifestações sabidamente terminam em confronto? Alguém já se perguntou isso? Se ele era tão experiente não sabia dos riscos? Um erro não justifica outro mas peraí. Se fosse um outro cidadão será que teria essa atenção toda? A gente sabe que não. Tanta gente dá adeus a este mundo em situações semelhantes. E aí?

Somos todos vítimas da banalização de tudo aquilo que tememos e só quando algo acontece com alguém de relevância o caso é tratado com maior atenção. Mas mesmo assim sem uma abordagem mais consistente.

Há 10 anos quando o jornalista da Globo Tim Lopes foi assassinado foi a mesma coisa. E ele sabia dos riscos. 

O próxima passo é fazer lobby para os manifestantes serem enquadrados como terroristas. Aí desse o pau, prende todo mundo e depois segue a vida como se nada tivesse acontecido. Não muda nada. Tudo continua igual. Inclusive os motivos que criaram os terroristas que logo logo criará uma nova geração deles que num belo dia pode jogar um rojão a acertar a cabeça de algum jornalista.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

"Deixa disso..." De novo, não!!!

Bem, a mão esquerda ainda não tá ajudando mas vamos lá. É bom comunicar.

Oi gente. Calma, sei que estão morrendo de saudades pelos milhares de e-mails, pombos-correio, ligações, sinais de fumaça, pedradas na janela, passeatas nas ruas, ônibus incendiados e rolezinhos engendrados em homenagem a minha pessoa. OK. É deboche. Mas 2014 começou a mil, já entrou no segundo mês e eu só fiz um post.

Andei ocupado. rsrsrs

Bom, estive internado na primeira semana do ano devido ás intempéries do transplante e meu colega de quarto, que alugou a TV, tinha um gosto requintado por programas jornalísticos digamos pitorescos.

"CORTA PRA MIM" 

Meu Deus. Achei que via reportagens de guerra civil, convulsão social e atrocidades mil de algum país distante mas não. É TUDO NOSSO. É NO BRASIL.

Tudo bem que a banalização da violência com o tempo nos torna meio apáticos, mas até apatia tem limites. Não que a gente precisa sair por aí fazendo justiça com as próprias mãos. A gente tem que entender isso pelo menos.

Creio que em parte a responsabilidade é da falência das instituições e a retórica das autoridades em dizer que tudo está sendo feito, que se trata de caso isolado mas que está tudo bem e o Brasil é um paraíso!

Oi!???????

 É a maldição do politicamente correto do "deixa pra lá" de ninguém se importar.

Gente, não está nada bom não. Tá uma merda. Vejo um país que estava em desenvolvimento se tornar de novo subdesenvolvido. Falta tudo. O governo vende tudo pra melhorar e só piora. Privatiza os portos porque não tem dinheiro pra modernizar e constrói um porto em Cuba. Privatiza as rodovias mas não tira imposto dos combustíveis que iriam para a manutenção das estradas. E "ai" nossos pedágios. Vai em Davos dizer que faremos a maior Copa e só temos metade dos estádios prontos, vários aeroportos que não estarão terminados a tempo, projetos de mobilidade já abandonados e blá blá blá ... 

Ninguém chama na "xinxa", ninguém faz passar vergonha. Otimismo é bom mas tem hora que não dá. 

Na inspeção da Arena em Curitiba, saiu Cafú todo sorridente e confiante que tudo está bem e ficará pronto. Até pode ficar, mas não está bem não. Tinha que aparecer um lá e dizer que tá uma merda, que só tem ladrão e incompetente envolvido e tal. Tudo bem, não assim. Só que essa coisa dos panos quentes quando a água já evaporou é muito exagerado. Sinto vergonha alheia. Eu passei ao lado do estádio hoje e o que me vem a cabeça é que não vai dar tempo. Parecia que não tinha ninguém trabalhando. E dia 18 que é da data limite para análise do andamento das obras, tá aí. Mas o Cafú disse que vai dar tempo!

Sempre quando saio minha mãe cheia de conselhos sempre diz que se tiver movimento estranho na rua eu não me envolver ou desviar. Trauma da ditadura onde qualquer alvoroço era motivo pra se parar nos porões da ditadura estando você envolvido ou não. Bastava estar perto.

Vivemos tempos em que a apatia dá muito espaço ao oportunismo. E isso relega nossa situação á condição de sempre estarmos em desvantagem. Afinal "não vai dar em nada reclamar".

É preciso buscar uma nova via. Reinventar um processo. O atual status quo está se tornando insustentável. Pelo menos pra mim. Não sei pra você. Ou buscamos o realinhamento de uma retórica falida através de um conhecimento de causa, ou continuaremos bancando um caro status quo que privilegia poucos onde de troco nos sobra o que pagamos pra não ter: violência, falta de infra-estrutura, falta de saúde e falta de educação.

Amanhã é segunda! Tomara que o Fantástico estivesse bom.