quarta-feira, 28 de maio de 2014

O dia a dia da seleção na Rede 100Assuntos de Televisão!


BEM AMIGOS ... da blogosfera!

Estamos mais uma vez aqui ao vivo gravado do celular, direto da "granja" da Sadia para lhes contar as ultimas novidades dos problemas do Brasil.

Pegadinha gente. Quem liga pra isso? (Risadas do narrador em off).

Estamos aqui para lhes mostrar o dia a dia de nossa amada idolatrada salve-salve-pelo-amor-de-Deus-assistam-pra-dar-ibope seleção de futebol ás vésperas da roubada, digo, Copa do Mundo.

Começamos com a estrela do time, o Deymar. Ontem em entrevista coletiva, só para nós, ele disse que aos três anos já queria ganhar uma Copa do Mundo. É minha gente, estrela brilha cedo. Eu com essa idade queria que mamão não errasse a hora do meu Neston com banana. Felomenal!!!!

Por falar em banana, o craque Manoel #somostodosmacacos Alves, deixou o médico da seleção preocupado. Com tanta banana que o Luciano Hook fez ele comer, ele acordou com prisão de ventre e está em tratamento na camara de gás. Camara de gás não é exclusividade só da seleção da Alemanha. Nossa seleção também merece o melhor.

Nosso goleiro passou pelo geriatra e os remédios de Alzheimer estão em dia. Ele não vai esquecer de pegar a bola.  

Davi Ruiz, logo que acordou abriu os olhos. Isso é fantástico. E logo depois foi ao banheiro. Ele não acordou barbeado, nem penteado, nem maquiado como as protagonistas das nossas novelas. (Oooohhhh...). 

Mas a grande preocupação da comissão técnica é o técnico que anda chegando tarde aqui na concentração em vista dos comerciais de carro, lasagna congelada, bacalhau de supermercado que anda gravando. A oposição diz que mesmo que a seleção perca esse mundial ele vai ter carro zero e guaraná até o fim da vida. 

Vira essa boca pra lá. Ele já ganhou uma vez vai ganhar de novo. 

Sim, comercial ele nunca perde.

E agora quem está chegando aqui é o Barcelo, que final de semana venceu a Briga de Bairro dos Campeões da Europa entre Leal e Patético, ambos de Madrid. E está chegando cheio de caixas. Que caixas são essas, Barcelo?

São umas bebidinhas que eu trouxe pra rapaziada. Uns vinhos do Porto e tem uns tintos espanhóis também 

Mas coube tudo no avião? 

No avião foi fácil. Duro foi na alfandega deixarem passar. Os ficais queriam uns por fora mas depois ficou na moral. Dei uma carteirada da CBF e ...

Obrigado Barcelo. E não percam a qualquer momento mais informações da seleção que a gente está pagando horrores pra entrevistar.

Abraço e até a próxima.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Prepare o seu coração ...



Sabe aqueles sentimentos melancólicos que você tem quando escute uma canção e te faz lembrar de um passado gostoso que te remete a coisas boas? Isso é vivência. Agora, quando você ouve uma música que te faz lembrar de um passado que você não viveu, isso só pode ser canção que toca sua alma. E isso experimentei noite passada. 

Zapeando a TV resolvi ver o programa Altas Horas onde seria feito uma homenagem a Jair Rodrigues através de seus filhos, Luciana Melo e Jairzinho. Tinha umas séries pra ver mas não estava afim e a proposta do programa me chamou a atenção. 

Sou um cara que vivenciou com atenção e entusiasmo os anos 80 onde passava pela adolescência e bebia com certa sede as influências das décadas anteriores. A ditadura agonizava mas a efervescência cultural era grande principalmente da MPB de Caetano e Gil, de Elis Regina e Jair Rodrigues.

E em cada bloco do programa um artista com alguma ligação com Jair Rodrigues fazia um dueto com seus filhos; primeiro Daniela Mercury  com Upa Neguinho; Roberta Miranda com o inesquecível A Majestade o Sabiá; Rappin Hood com Deixa Isso pra Lá que é tido como o primeiro Rap brasileiro; mas foi na última apresentação que minha alma dançou: Pedro Mariano, filho de Elis, cantou Disparada com os filhos de Jair (clique para ver o video).

Campeã do Festival de 1966, junto com A Banda de Chico Buarque, Disparada de Geraldo Vandré (Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores) e Theo de Barros, foi interpretada magnificamente por Jair Rodrigues se tornando quase um hino pra juventude da época. No ano anterior Elis ganhou com Arrastão de Edu Lobo e Vinícius de Moraes. Surgia nessa época uma longa amizade entre os dois que se tornou lendária até os dias de hoje.

Ao ver aquela interpretação dos filhos dessas duas lendas, voltei ao tempo que não vivi daqueles festivais, das canções inesquecíveis, do tempo que cantar também era lutar por liberdade, existia uma simplicidade toda conceituada com nossos sentimentos. Não era coisa pra durar só um verão, era para atravessar o tempo até os dias de hoje. Também voltei a minha adolescência em que via a série Malu Mulher com Regina Duarte e a Narjara Turetta onde na trilha tinha a canção O Bêbado e o Equilibrista cantado por Elis, que eu adorava ouvir (pensa num adolescente que gostava de Elis e do ABBA que é que não ia dar... rs). Isso são coisas que não se perdem e são tão mágicos que se recriam na nossa mente, na nossa história.  Eu sempre digo que é mais fácil lembrar de um sucesso de 20, 40 anos do que do pseudo-sucesso do último verão.

Saudades daqueles tempos que não vivi mas a mágica da história me faz recordar. Gente que cantava com alma, gente que cantava pra alma. E como a alma é eterna, essa gente e essas canções hão de ser também. Prepare o seu coração.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Quando o normal ainda é anormal


Olá pessoas. Estou aqui mais uma vez com vocês inspirado numa frase de Caetano Veloso que diz que "de perto ninguém é normal". O problema é definir o que é e o que não é normal. E ainda mais complicado pode ser redescobrir o normal de si mesmo. Meu caso.

Quando vivemos nossas vidas de forma até certo ponto despreocupada fazendo tudo mais ou menos como o esperado e de repente nos vemos enfrentando grandes desafios como uma doença inesperada, crônica como um câncer, ou menos intensa como a diabetes, ou a perda de mobilidade de uma perna por um acidente precisamos reinventar nosso normal frente as novas limitações. Palavra de ordem de qualquer médico, com todos os cuidados a gente vai poder ter uma "vida normal". Não sei vocês, mas no meu caso que fui diabético por quase 38 anos, sempre tinha vontade de falar pro médico ser normal como eu tomando 4 injeções por dia ou amarrar o tênis com uma mãe só. Super normal.

Transplantado a sete meses de pâncreas e rim estou mais uma vez experimentando a sensação de encontrar novas normalidades no meu viver: a de não ser mais diabético.

No filme A Primeira Vista (At First Sight, de 1999 - Val Kilmer e Mira Sorvino) o personagem de Val Kilmer é cego desde os 3 anos de idade e convencido pela namorada faz um tratamento pra voltar a enxergar. Seu mundo normal desaba quando passa a enxergar o mundo com outros olhos, quase literalmente. 


 
Após quase 40 anos sendo diabético e a sete meses não sendo mais me vejo buscando um novo mundo de normalidade pra mim mesmo onde comer um chocolate que não seja diet ou beber algo que não seja zero não me tragam uma sensação de culpa. Quando acordo ainda penso em tomar a injeção de insulina - a primeira das 4 diárias que tomava - que na verdade não preciso mais. Sentir fome então, é uma coisa muito esquisita.

Fome antes era efeito da insulina que já havia metabolizado a glicose no sangue e por falta de mais glicose causava a sensação de fome que era fraqueza, sudorese, até perda de coordenação motora e distúrbio da visão. Agora não. É uma coisa esquisita que ainda não sei direito o que é. rsrsrsrsr. Gente, sentir fome dá dor de cabeça? 

Há outras situações que estou tentando não fazer com que virem normais como uma neuropatia que por vezes tem me exigido usar uma bengala para poder andar  Normal tem sido encontrar uma solução definitiva para ela. 

Na vida estamos sujeitos o tempo todo a situações que mudam nossa percepção de normalidade. Para Val Kilmer ser cego era normal e ele não via problema nenhum nisso; sem trocadilho. Só dá mesmo pra buscar um equilíbrio entre o que se apresenta pra nós como uma nova realidade, uma nova normalidade visto que nem sempre podemos escolher. É encarar de frente e passar por tudo isso como se fosse a coisa mais normal do mundo.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

O Preferido da Mamãe

Mães deste mundo de meu Deus, feliz dia pra vocês mas não se iludam: esse texto não é pra vocês mas é sobre vocês. Em partes.

Irmãos e irmãs uni-vos. E espero que o tenham muito bem feito em pró da mulher que os gerou. Mesmo que na verdade lhe pareça que ela gosta mais do seu irmão/irmã do que de você. Afinal ela vai morrer dizendo que gosta de todos os filhos da mesma forma e não há panela de arroz nova ou uma carteira da Lous Vutton que vai faze-la dizer algo diferente. Mãe é mãe.

Mas por quê para nós, filhos renegados ao amor limitado pela ligação urgente do outro irmão que achamos um folgado, nos parece uma história mal contada? Por que ele e não eu?

Já vi essa duvida ser levantada entre amigos e até pela minha irmã. Minha mãe mesmo em relação ás minhas tias se perguntava sobre isso.

Minha mãe casou, constituiu família, criou dois filhos, se estabilizou mesmo após o divórcio e seguiu a vida procurando ser agora a melhor avó do mundo. Passional que só ela. Mamãe é demais. Minhas tias tiveram relacionamentos estáveis até mas não duradouros. Uma delas lutou por anos com uma doença crônica que acabou a vencendo vai fazer 20 anos. A outra criou uma filha sozinha, com suas dificuldades e mesmo hoje que deveria estar mais tranquila continua trabalhando. Minha avó, que nos deixou a 3 anos sempre esteve mais presente na vida de minhas tias e que gerava certos incomodos sentimentais para minha mãe. "Por que mais elas do que eu?"

Minha irmã sempre foi mais descolada. Saiu de casa uma época pra morar em outro lugar. Tirou carteira de motorista logo que fez 18 anos - só tirei a minha com 35. Conheceu o marido. Constituiu família. Me deu a sobrinha mais linda do mundo (nem sou tio babão), e esta se preparando pra me dar um sobrinho. Ajudou o marido a construir uma vida estável e com certo conforto. Tá feita.  Eu tive um relacionamento estável de quase 10 anos mas que terminou em 2010. Não tive sorte em alguns empregos mas atualmente estou bem empregado. Obrigado. Moro num sobrado, nos fundos da casa de minha mãe. Mas enfrentei uma doença crônica desde quando nasci praticamente, a qual no último ano antes do transplante feito em outubro passado, por várias vezes escreveu o meu The End . Minha mãe que mudou esse final várias vezes. Ainda estou em recuperação com alguns incomodos de mobilidade devido aos remédios que estou tomando. 

Este não é o texto de defesa dos favorecidos nem um contra-ataque aos que se dizem injustiçados. É um texto pelo amor de mãe. Amor que é igual á todos os filhos (e você filho único reclamando hein) mas que fará correr sempre por aquele que mais precisar. Esse é o amor de mãe, que não pode se dividir em duas mas que terá sempre o pensamento em todos os seus. Acredito que elas realmente não tem um preferido. Mas sua atenção estará com aquele que mais precisar dela. Minha mãe mesmo deu essa resposta e entendeu seu próprio questionamento sobre a mãe dela e minhas tias. Quando minha avó padecia seus últimos dias devido ao câncer, minha mãe se fez tão presente quanto podia. Naquele momento ela era a filha que podia mais.

Aos filhos supostamente injustiçados, saibam que vocês são o orgulho de suas mães. A alegria delas de faze-los fortes e independentes. De que com vocês o trabalho dela de educar deu mais resultados. Mas não se desiludam. Assim como minha mãe sai correndo e esquece todos os entreveros quando minha irmã precisa, a de vocês também estará com vocês se no terceiro dia a gripe de vocês não passar. Mãe é mãe e definir seu amor por vezes é tarefa fútil. 

Agora vai lá. Pare de encrencar com o coitadinho do seu irmão. Senão eu vou contar tudo pra mamãe. Manhêêêêêêêêê ... 




sábado, 3 de maio de 2014

Para aonde ir?

Livros de auto-ajuda são maravilhosos. Estão cheios de conselhos e dicas milaborantes de fazermos coisas que nunca conseguiremos. Por isso vendem tanto e inundam o facebook. Um saco.

Parece mesmo que há coisas na vida que não poderemos mudar.  Coisas diretamente relacionadas a nossa essência. Agente até tenta se adaptar mas no fundo apenas continua fazendo as mesmas coisas de forma diferente.

Mudar diante de uma desilusão. Será? Se a vida é um eterno aprendizado, pense comigo; que droga fazer provas todos os dias até o fim da vida. Mas isso é viver e a gente se conforma sem pensar muito a respeito. No fim, é melhor assim.

Momentos marcantes são como divisores de água: paramos e pensamos no que faremos daquele momento em diante sem ter muita certeza de nada. "A partir de agora tudo será diferente". E lá vamos nós começar a fazer tudo de novo. É mais forte que a gente. 

A alguns anos ao final de meu "casamento" tinha muito claro comigo algumas coisas que tinha certeza que queria de novo. Vivências que queria repetir caso encontrasse um novo amor. Mas principalmente tinha certeza de coisas que eu não queria. Por isso até que, quando foi embora e mesmo eu ainda amando muito, apesar de magoado com o rumo das coisas, não pedi outra chance para nós, não pedi para que ficasse. Sabia que estava diante de alguém que não poderia mais me fazer feliz . Fiz um bom negócio: desapeguei.

Claro que você não deleta uma história de vida e manda rodar outro programa a prova de amores errados de uma hora pra outra. Nada que uma ou outra noite de lágrimas ao telefone com um amigo não ajudasse a suplantar.

O tempo passa, as mensagens de auto-ajuda se renovam e um belo dia você conhece alguém e: voi alá. Sem o anti-virus rodando direito você se vê novamente passional da paixão. Acho até que paixão e passional derivam da mesma palavra latina. Já que paixão em espanhol é passion, deve ter tudo a ver. 

Você se encanta por, sei lá, uma tatuagem de dragão nas costas que te chama a atenção; um sorriso forçado que pra você parece o sol radiando o dia; um olhar meio pidão que na verdade não era pra você e sim pro sanduba que você estava comendo; ou até os pelinhos que saltam ao peito no ultimo botão aberto da camisa dele. Safadzinho. É paixão e todas as mensagens de auto-ajuda travam no seu HD do coração e você não consegue recuperar nenhuma. Fudeu. Passional de novo. Idas e vindas a coisa acontece. Beleza. Mas geralmente tem mais chance de não acontecer e lá vem os velhos questionamentos. Por que Deus?

Paixões nos levam por caminhos perigosos as vezes e voltar nos expõe a perigos que deixam marcar profundas sem saber que marcas profundas já se materializaram em  nosso coração. Então já que a cicatriz ficou, melhor continuar a aprender. A viver.

Não sei ao certo pra onde ir mas sei que preciso ir. Talvez o caminho da paixão não seja meu melhor caminho face ás marcas acumuladas e as lembranças que trazem. Hoje percebi que tenho velhos fantasmas ainda me acompanhando. Alguns não dá pra simplesmente conviver. É preciso respeitar o que se viveu. 

Após ter passado por uma experiência bastante ímpar no que se refere a minha saúde e estar conseguindo passar por isso de forma tão altiva talvez a resposta que preciso dar ao coração é a mesma que dei a saúde. Difícil. São duas coisas muito diferentes. 

Para tudo na vida é preciso saber para aonde ir. Aonde como sinônimo de movimento. Mesmo sem saber ao certo a direção ficar parado é pior. Sigamos em frente. A gente sempre faz isso. Um dia nos superamos e colocamos o pé na estrada. É assim para tudo não é? 


Na bagagem  as experiências de vida, a vontade de chegar em algum lugar, um kit de primeiros socorros emocionais e quem sabe, um livrinho de auto-ajuda.