quinta-feira, 5 de junho de 2014

E a Globo esqueceu Romário.


 Sensação da Copa de 1994, Galvão Bueno, o amado odiado locutor oficial da seleção, só falava do talento do "baixinho", Romário. Lembro como se fosse ontem, ele era o que o Neymar é hoje em dia. Tinha 20 anos de idade e o Brasil obtivera seu último mundial 24 anos antes, em 1970. 

Era Romário pra cá, Romário pra lá. Nesse aspecto nada mudou. Assim como é a bajulação com o Neymar (acordando, correndo, treinando, tirando meleca do nariz, soltando pum) era com Romário, que junto com Bebeto, faziam a grande dupla de ataque da seleção daquele mundial. Foram responsáveis por um dos melhores jogos da Copa, contra a Holanda, num 3X2 que entrou para a história também pela comemoração do segundo gol do Brasil, feito por Bebeto, que comemorou imitando o gesto de embalar em seus braços o filho recém nascido, Matheus. Todo mundo se emociona até hoje com essa lembrança que virou o símbolo daquele mundial.

Mas a Globo esqueceu Romário. Numa retrospectiva que passou no Jornal Nacional, Galvão falou da grande amizade de Bebeto e ... Leonardo. É, Leonardo, que no jogo anterior, contra os donos da casa os Estados Unidos, foi expulso por dar uma cotovelada num jogador americano e que não jogaria mais naquela Copa.

Romário sempre foi meio polêmico. Grande jogador do Flamengo e do Vasco era famoso por não aparecer nos treinos. "Treinar pra quê" era seu bordão que até virou música. Foi preso por não pagar pensão e teve uma bela cobertura no Rio hipotecada  em função disso. Romário saiu das manchetes de jornais e entrou para a política. Atual deputado federal pelo Rio de Janeiro, tornou-se um dos principais críticos da Copa do Mundo no Brasil em função dos gastos exorbitantes, a falta de planejamento, cumprimento de contratos e prazos e de tantas obras inacabadas ou mal feitas. Mas o mais expressivo são as críticas ás declarações infelizes de personalidades do esporte que abandonaram o bom senso em função de interesses pessoais como Pelé e Ronaldo e a própria Globo que acham que tudo se resolve com uma vitória da seleção. 


No bom e velho estilo "ninguém desafia os interesses da Globo", Romário foi pra geladeira. Mesmo suas críticas pertinentes não ecoam nos noticiários da emissora carioca. Afinal, como diz a musiquinha "... com o coração batendo a mil / é taça na raça Brasil". E que raça. Oh racinha! 


4 comentários:

  1. Também fiquei com essa sensação! Apesar de que como político, Romário em pouco tempo, mostra empenho e faz jus à sua função, ao contrário de muitos que lá estão há anos! Infelizmente a Globo monopoliza nosso esporte de forma escancarada! Não sei se isso faz bem! Tome por exemplo o vôlei, nossa segunda grande força! Nenhum comentário por parte da Globo, sobre as falcatruas de seus dirigentes! Já to enjoado de tanto bajulação em cima do Neymar, Felipão e Cia! Não vejo a hora dessa Copa acabar! É isso! Valeu...

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  2. Que bom que ele será para sempre lembrado como o Romário do Vasco da Gama.

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  3. muito bom o texto. que apareçam mais romários!

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