quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ao lado da Compadecida.

Não sabia que sentiria tanto a morte de um autor. Por isso escrevo em lágrimas. Mesmo conhecendo pouco de suas obras, sinto que o que conheço é a obra de um homem ligado a sua terra e que usava de suas palavras como um farol que sempre guia nossa alma de volta para a casa, para a terra onde nascemos, para nossa miserável brasilidade.

"não sei, só sei que foi assim..."

Obrigado Ariano Suassuna (1927 - 2014)


Acho que é essa admiração que nos faz sentir tão íntimos de alguém que nunca conhecemos pessoalmente. Acho que começou com uma montagem de Antonio Abujanra do "Auto da Compadecida" no festival de teatro de Curitiba a muitos anos. Anos depois com a bela produção da mesma obra para a TV com Selton Melo e Matheus Nachtergaele que ganhou o grande público. No carnaval do Rio várias escolas já homenagearam sua obra e sua pessoa. Por vezes sempre esteve presente em festivais literários e de cultura brasileira sempre afirmando sua brasilidade.

E assim ia Suassuna. Não ia muito mas ia. Não era midiático mas sua personalidade não deixava de aparecer quando necessário. Defensor de nossa cultura e raízes defendia que não trocava seu "oxente" pelo OK de qualquer doutor.

É doutor Suassuna, seu entendimento de nossa terra e dos filhos deste chão nos tornou íntimos sim. Mesmo sem termos nunca nos encontrado. Nos encontramos sim nas palavras, na postura, no jeito de se achar a alma perdida longe da terra de onde se nasce. Você nos deu o pertencimento a um chão. Um dna da terra.




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