sábado, 18 de junho de 2016

Um dia feliz, ou, o deus das pequenas coisas!

Após o fim da breve era glacial em Curitiba onde as temperaturas bateram fácil a temperatura negativa por vários dias (e olha que o inverno só começa na outra semana), fomos agraciados nesta sexta feira com um belo dia de sol e uma lembrança agradável do que é sentir calor. Se na terça feira acordamos com menos 2 graus, nesta sexta a tarde chegou a 22 graus. Saí, claro, pra secar o mofo e derreter o gelo persistente.

Saio de ônibus frequentemente pois,como não estou muito preso a horários, aqui em Curitiba ele ainda permite algumas facilidades. Se não a companhia de um livro mesmo o famigerado celular acaba me entretendo durante a viagem. Dessa vez resolvi não usar nenhum dos dois. Foi uma excelente idéia. (Eu sei que ideia não tem mais acento, mas como é minha idéia assim vou deixa-la.rs).

Saindo pra secar "o mofo" dos últimos dias percebo dois rapazes conversando em francês enquanto aguardam o ônibus. Provavelmente haitianos morando aqui. Eu adoro essas multiculturalidades. Acho enriquecedoras do ponto de vista cultural e humano. Me deixam feliz. Acho digno. Conviver com essa diferenças culturais de forma harmoniosa me passam uma elegância cultural muito proeminente. É chic, diria Gloria Kalil. É moderno e acho que a evolução da sociedade passa por essas "incorporações". Claro que existem outras implicações mas elas não devem ser barreiras para uma visão humanista.

Há uma rua próxima ao centro histórico de Curitiba onde se encontram móveis rústicos, móveis de segunda mão reformados, e móveis novos. Tem brechós também nesta rua. Ao passar em frente a uma destas lojas deparei-me com uma cena super fofa. Sob um pequeno aparador em frente a loja (ou penteadeira, não sei) aquecia-se sob o Sol uma figurinha terna e calorosa, dengosa de tudo e que parava os pedestres para receber um gostoso afago ao pescoço: uma gatinha preta arrasando corações. Fofura total. Claro que sob os olhos de um dos donos da loja que ficavam á frente para recepcionar os fregueses, ela era a rainha da calçada. Arisca? A cada afago ela ainda virava o pescocinho, como se já acostumada ao carinho dos transeuntes. Momento "ooowwnnn". 

Passando pela famosa Rua das Flores, chegando na região chamada Boca Maldita, um grupo vocal de rapazes, devidamente caracterizados, cantava canções em coreografia informal a quem passava pelo local  As músicas? Canções que falavam do clima da cidade. O frio de Curitiba irritou minha garganta tchub tchuriruuuu. E cachecóis e ternos a dançar.



Já voltando para casa, no busão, percebo duas garotas conversando. Ambas próximas uma da outra. Radar disparou. Numa conversa normal e discreta, sem nada demais, o frear do ônibus de vez em quando incentivava um beijo singelo entre as duas. Nada a afrontador, a desafiar ou chocar. Só um casal voltando pra casa depois de um dia de trabalho. E os demais passageiros? Cada um com seu celular na mão, ou livro no colo, ou com seus pensamentos soltos, ou como eu, só se segurando pra quando o ônibus freasse não me desequilibrasse e caísse. Cada um com a sua vida, deixando os outros viverem, sem caras e bocas de julgamento. Tudo super normal como realmente tem que ser.

No banco ao lado das moças, uma senhora segurava o filho de uns 4 anos no colo que, alegremente, saudava quem entrava no ônibus com um singelo "oi".

Quando abrandamos a alma, conseguimos deixar com que o deus das pequenas coisas opere milagres simples mas encantadores em nosso dia a dia.

Foi um dia feliz!
   

Um comentário:

  1. O deus das pequenas coisas é um deus que nos faz enxergar o que realmente importa.
    bjs

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